Política | 08-12-2025 12:00

Corte drástico de apoios aos Grupos de Acção Local em discussão na Barquinha

Corte drástico de apoios aos Grupos de Acção Local em discussão na Barquinha

Conferência decorreu no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, numa sessão organizada pela ADIRN – Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte.

A Federação Minha Terra alertou em Vila Nova da Barquinha para uma redução drástica dos apoios atribuídos aos Grupos de Acção Local, defendendo a urgência de reforçar estes instrumentos de desenvolvimento rural e revelando preocupação com o impacto nos territórios de baixa densidade. “Estamos perante uma diminuição sem precedentes dos instrumentos de apoio do DLBC [Desenvolvimento Local de Base Comunitária], passando de cerca de 340 milhões para apenas 150 milhões de euros, o que compromete a nossa capacidade de resposta e põe em causa décadas de trabalho de proximidade nos territórios rurais”, afirmou o presidente da federação, Miguel Torres.
O responsável foi um dos oradores convidados no 3.º Fórum das Freguesias do Ribatejo Norte, dedicado ao tema “Comunidades Sustentáveis”, que decorreu no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, numa sessão organizada pela ADIRN – Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, em parceria com o município. A Federação Minha Terra agrega actualmente 58 Grupos de Acção Local (GAL), 52 no continente, quatro nos Açores e dois na Madeira, cobrindo cerca de 94% do território nacional. O encontro reuniu autarcas, agentes locais e representantes institucionais, num momento marcado pela defesa da relevância dos GAL como estruturas de intervenção de proximidade.
Miguel Torres considerou, por isso, “trágico” que o novo quadro comunitário desvalorize um instrumento que tem sido decisivo para contrariar o abandono dos territórios, apoiar pequenas iniciativas agrícolas, turísticas e culturais, e promover estratégias locais de fixação de população. “Aos desafios internos de capacitação, cooperação e reorganização interna juntam-se preocupações sobre as futuras políticas de apoio ao desenvolvimento local dos territórios rurais, que resultam numa machadada dos fundos disponíveis e que pode dificultar seriamente o nosso trabalho junto das comunidades”, afirmou Miguel Torres.
No fórum foram discutidos os desafios financeiros que marcam o arranque do PEPAC (plano agrícola europeu) e a necessidade de reforço do envelope destinado aos GAL, bem como a importância de consolidar modelos de intervenção que articulem sustentabilidade ambiental, inclusão social, economia local e trabalho em rede. A ADIRN apresentou as prioridades para o período 2030, destacando a valorização do património rural, o apoio às associações locais, o incentivo ao turismo de bem-estar e a dinamização de planos de animação territorial desenvolvidos com os municípios, sublinhando que a dotação actual de 2,7 milhões de euros “é claramente insuficiente” face às necessidades e ao nível de procura registado no território.
O director executivo da ADIRN, Jorge Rodrigues, salientou que “os GAL continuam a ser essenciais para aproximar os apoios das populações mais desprotegidas” e reafirmou a determinação da associação em “prosseguir uma intervenção de proximidade que só será possível com meios adequados e reforço financeiro”.

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