Política | 18-12-2025 15:00

Deputados do distrito de Santarém falam sobre a vergonha nacional da Ponte da Chamusca e A13/IC3

Deputados do distrito de Santarém falam sobre a vergonha nacional da Ponte da Chamusca e A13/IC3
José Pedro Aguiar-Branco, Isaura Morais e Pedro Correia - foto O MIRANTE

Com a visita do presidente da Assembleia da República, Aguiar--Branco, ao distrito de Santarém, aproveitámos a presença dos deputados para os questionar sobre uma das maiores vergonhas da região e do país: o não cumprimento há duas décadas do compromisso de fazer uma nova ponte sobre o Tejo na Chamusca e a conclusão da A13/IC3 entre Almeirim e Barquinha. Uma situação que é ainda mais grave porque os investimentos serviram para convencer a Chamusca a receber dois centros de resíduos perigosos.

A Ponte da Chamusca e a A13/IC3 entre a Barquinha e Almeirim são, no conjunto, o maior problema da região com dimensão nacional e que se arrasta há duas décadas, o que levou Isaura Morais, deputada da AD por Santarém, a tocar no assunto com o presidente da Assembleia da República. A conversa com Aguiar-Branco decorreu na viagem num comboio regional, entre Santarém e o Entroncamento, com os deputados eleitos pelo distrito de Santarém, no âmbito do “Parlamento Próximo”, criado na legislatura passada para visitar os diferentes círculos eleitorais e reunir com entidades locais.
Depois de explicar a situação a Aguiar-Branco, a deputada social-democrata, questionada por O MIRANTE sobre o arrastar de uma promessa feita pelo governo socialista de António Guterres, no ano de 2000, limitou-se a dizer que a tutela está em vias de apresentar uma solução. Mas Isaura Morais não diz o que é que está previsto nem em que moldes, apesar de a isso ter sido instada. O compromisso dos dois investimentos surgiu como contrapartida e reconhecimento pelo facto de a Chamusca aceitar resolver um problema do país: a instalação de dois centros de tratamento de resíduos perigosos (CIRVER). Situação que o deputado do PS, Hugo Costa, reconhece, não enjeitando responsabilidades dos governos socialistas.
Mais pragmático do que a deputada da AD, que refere que “os responsáveis políticos saberão porque é que os investimentos não arrancam”, Hugo Costa realça que esta situação representa uma “imoralidade”. O parlamentar refere que os deputados socialistas do distrito têm apresentado projectos de resolução e propostas ao orçamento do Estado para contemplar estas obras e que urge resolver este problema. Um aspecto que tem a concordância dos deputados do Chega, com Pedro Correia a chamar a atenção que a Ponte da Chamusca precisa de muita atenção em termos de estrutura e segurança. Recorde-se que a ponte é atravessada diariamente por muitas centenas de camiões, alguns deles com lixos perigosos, tal como acontece na Nacional 118.
Lembrando que a criação do Eco Parque do Relvão, onde estão dois centros de lixos perigosos, só veio agravar as já antes más condições de circulação, com entraves notórios para a economia regional, Pedro Correia realça a falta de alternativa à ponte. “São 80 quilómetros de rio (Tejo), entre Abrantes e Santarém, que não têm qualquer alternativa em termos de pontes”, sublinha o deputado do Chega. Já Hugo Costa realça que o que mais interessa às populações é que se resolva o problema, prometendo que continuará atento ao assunto.
O presidente da Assembleia da República não vai resolver este nem outros problemas por causa da visita que fez ao círculo eleitoral, mas o facto de ter estado na região motivou o ressurgimento deste caso. O que Aguiar-Branco pode fazer é pressionar o Governo, porque, diz Pedro Correia, tem faltado aos governos visão estratégica e noção dos investimentos estruturantes, sendo que a ponte e a A13/IC3 entre Almeirim e Barquinha são fundamentais para o país.

Hugo Costa - foto O MIRANTE

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