Política | 30-12-2025 21:00

Mesquita em Samora Correia continua sem projecto e sem aval político

Mesquita em Samora Correia continua sem projecto e sem aval político
No Dia de Portugal realizou-se uma manifestação em Samora Correia contra a eventual construção de uma mesquita na cidade - foto O MIRANTE

A presidente da Câmara de Benavente e os vereadores voltaram a sublinhar, em reunião do executivo, que não existe qualquer pedido formal para a construção de uma mesquita no concelho e que a posição política do município continua contrária a esse projecto.

A eventual construção de uma mesquita em Samora Correia continua sem qualquer desenvolvimento administrativo na Câmara de Benavente, não tendo dado entrada até ao momento qualquer projecto ou pedido de licenciamento, mantendo-se igualmente inalterada a posição política do executivo municipal.
A presidente da câmara, Sónia Ferreira, confirmou a O MIRANTE que a associação promotora não reuniu com o novo executivo nem apresentou qualquer proposta formal. A autarca sublinhou que a posição do município é clara e transversal a todos os eleitos, afirmando que não existe concordância política para a construção de uma mesquita no território do concelho.
O assunto foi, entretanto, novamente abordado na reunião de câmara de 15 de Dezembro, onde Sónia Ferreira reforçou que todos os vereadores e o presidente de câmara, sem excepção e independentemente do partido, se manifestaram contra a intenção de construir uma mesquita no terreno em causa. A presidente explicou que, não tendo entrado qualquer projecto, o tema foi considerado durante meses, antes de ter chegado ao conhecimento público, um “não assunto”, acusando alguns discursos de promoverem “aproveitamento” político, de gerarem “circo e de inflamarem a população” sem fundamento administrativo.
Durante a discussão, o vereador do PS, Pedro Gameiro, questionou sobre a eventual autorização para a construção de um muro no terreno, referindo que, apesar de não existir projecto para a mesquita, terá sido apresentado um processo relacionado com essa obra. O vereador da CDU, Hélio Justino, que detinha o pelouro das obras no anterior mandato, esclareceu que o que deu entrada na autarquia foi apenas uma participação de obra isenta, classificando-a como um mero formalismo.
Segundo explicou Hélio Justino, o muro previsto não carece de projecto de estabilidade, pelo que não exige licenciamento nem autorização municipal, não podendo a câmara impedir a sua execução. O vereador acrescentou que optou por não responder à associação, que detém o terreno, relativamente ao formalismo do muro face à polémica instalada, prestando agora esclarecimentos para evitar que a população seja induzida em erro por determinados discursos.

Terreno comprado por 300 mil euros
Recorde-se que a Associação Ahmadia do Islão em Portugal adquiriu um terreno em Samora Correia, com a intenção de construir um complexo religioso que inclui uma mesquita. O terreno, situado na Avenida O Século, junto ao quartel dos bombeiros voluntários, tem 33 metros quadrados de área coberta e 4.376 metros quadrados de área descoberta e foi adquirido por 300 mil euros.
O caso foi revelado a 28 de Abril, pelo Partido Socialista, em Assembleia Municipal de Benavente. Desde então o assunto deu origem a uma petição, a duas cabeças de porco arremessadas para o interior do terreno, a uma manifestação no Dia de Portugal e à reacção de várias figuras nacionais do PS, como Augusto Santos Silva ou Fernando Medina, que mostraram o seu desagrado pela postura da concelhia do PS de Benavente.

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