O Bloco de Esquerda (BE) de Santarém não deixou passar em claro a chacota com que o vice-presidente do Chega e vereador da Câmara de Santarém, Pedro Frazão, brindou a deputada da Assembleia da República Joacine Katar Moreira nas redes sociais, em finais de Outubro último. Passados dois meses, na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém, a eleita do BE, Ana Eleutério, repudiou o que considerou ser um ataque “misógino e racista” do dirigente e autarca do Chega e garantiu que vai trabalhar para “impedir que a política do ódio se instale nos órgãos autárquicos” de Santarém. Uma declaração que mereceu a concordância do presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD).

A intervenção de Ana Eleutério motivou um pedido de defesa da honra por parte do vereador Pedro Frazão, que assistia à sessão realizada por videoconferência. O autarca do Chega usou da ironia para agradecer o interesse da eleita do BE por levar àquela assembleia um caso que considerou ser um “fait-divers das redes sociais” e “uma coisa que até seria do foro humorístico”, referindo que não se revê nessa “política do ódio”. E foi mais longe referindo que o Chega é o “partido do amor”, “do amor a Deus, o amor à família, o amor ao trabalho, à História de Portugal, à cultura, ao mundo rural e às tradições”.

Recorde-se que Joacine Katar Moreira anunciou. No final de Outubro, que ia apresentar queixa contra Pedro Frazão, devido a uma publicação do político do Chega na rede social Twitter em que alterou um autocolante que se encontrava na porta do gabinete da deputada não-inscrita. Onde se lia “Descolonizar este lugar” passou a ler-se “Desconizar este lugar”.