Política | 27-07-2022 18:00

Água aumenta 22% em 5 concelhos do Médio Tejo

Autarcas durante a formalização da escritura pública da empresa intermunicipal Tejo Ambiente em Julho de 2019

A reestruturação da empresa intermunicipal Tejo Ambiente, que recentemente aprovou a revisão do Estudo de Viabilidade Económica e Financeira, vai obrigar a um aumento na factura da água de cerca de 22% em cinco municípios do Médio Tejo . Autarcas de Tomar criticam o modo como tem sido conduzido o processo e lamentam que a população tenha de ser penalizada por isso.

O assunto mais debatido na última Assembleia Municipal de Tomar foi novamente a situação da Tejo Ambiente e as implicações que os resultados negativos da empresa intermunicipal, que levaram à revisão do Estudo Viabilidade Económica e Financeira (EVEF), vão ter para os munícipes.
Nos dois anos de actividade da empresa de abastecimento de água, saneamento e gestão de resíduos, constituída por seis municípios do Médio Tejo, os resultados foram negativos em 2,2 milhões e 896 mil euros. As novas medidas de gestão vão obrigar a um aumento da factura da água em cerca de 22%, nos municípios de Tomar, Sardoal, Vila Nova da Barquinha, Mação e Ferreira do Zêzere. O mesmo aumento não se verifica em Ourém, uma vez que o sistema de abastecimento de água está concessionado a outra empresa.
O valor mereceu muita contestação por parte dos autarcas da oposição à maioria socialista em Tomar. Mesmo assim, o ponto da ordem de trabalhos foi aprovado pela maioria com os votos a favor do PS, as abstenções do PSD e dos Independentes pelo Nordeste e os votos contra da CDU, BE, CDS e Chega.
Anabela Freitas (PS), presidente da Câmara de Tomar e vogal do Conselho de Administração da Tejo Ambiente, voltou a justificar os resultados negativos com o antigo EVEF, situação que obrigou os municípios de Tomar, Ourém, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha a suportarem os prejuízos. O facto do IVA das empreitadas ser de 23% (o estudo previa que fosse de 6%), os preços praticados serem relativos a 2016 e muitos dos serviços prestados nunca terem sido cobrados, foram alguns dos factores que contribuíram para os resultados.
A autarca sublinhou ainda que se verificaram perdas significativas de água em todos os concelhos uma vez que as redes de abastecimento estavam obsoletas. Neste campo, Anabela Freitas salienta que a revisão do EVEF não se limita apenas ao aumento da factura da água uma vez que vão ser substituídos mais de 24 mil contadores, com mais de 12 anos de utilização. “Queremos reduzir a dependência das entidades em alta e reduzir as perdas de água não facturada”, vincou a presidente do município.

Oposição pede responsabilidades a quem fez EVEF
Francisco Tavares, do CDS, foi o deputado municipal que utilizou uma linguagem mais contundente para abordar a situação. Na sua opinião, o cenário para Tomar “é muito mau” e acusou os responsáveis pelo anterior EVEF de terem sido “negligentes”, embora diga que continua sem perceber de quem é a culpa e se foram pedidas responsabilidades.
António Santos, da bancada do PSD, confessou a dificuldade que sente em falar sobre o assunto criticando a falta de tempo que os deputados da assembleia têm para se debruçar sobre o mesmo. O autarca não foi brando nas críticas ao anterior EVEF e pediu responsabilidades a quem o fez. Paulo Mendes, do BE, lamentou que tenha de ser a população a pagar pela incompetência de outros e Américo Pereira, presidente da União de Freguesias de Serra e Junceira, referiu que a aposta deve incidir no combate às perdas de água e não no aumento das tarifas.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo