Política | 03-06-2022 19:02

<strong>Célia Monteiro bate com a porta ao PS de VFX e deixa partido sem maioria absoluta</strong>

Foto DR

Bancada do PS somava mais um voto que toda a oposição na assembleia municipal mas a saída de Célia Monteiro muda o equilíbrio de forças e deixa socialistas mais vulneráveis.

A arquitecta Célia Monteiro, ex-presidente das Mulheres Socialistas de Vila Franca de Xira, bateu com a porta ao partido na última semana desanimada com o que viu na estrutura concelhia e a decisão custou à bancada socialista na assembleia municipal a perda da maioria absoluta conquistada nas últimas eleições.

A bancada socialista tinha 14 eleitos que, somados aos seis presidentes de junta, somavam 20 votos na assembleia, mais um que os 19 votos de toda a oposição. Célia Monteiro sai do PS mas já garantiu a O MIRANTE que se vai manter na assembleia como eleita independente, situação que promete desequilibrar a relação de forças naquele órgão e obrigar os socialistas a um maior cuidado na hora das negociações. Célia Monteiro garante que não vai virar costas aos socialistas e não descarta convergências.

Diz ter saído por não ter encontrado no partido o espaço necessário para poder criticar construtivamente o rumo seguido e acusa a liderança socialista de “crescente falta de decoro, promiscuidade e devassa” da sua vida particular, lamentando o ataque à sua honra e reputação que, diz sem especificar, considera inqualificável e “com alcance jurídico” a considerar.

“A luta partidária não me sensibiliza. Identifico-me com as pessoas e as necessidades de hoje para resolver amanhã. Estar na vida política activa não significa querer o lugar de alguém. Tem de poder significar ver, ouvir e poder criticar construtivamente e eu não encontrei esse espaço”, lamenta. Célia Monteiro diz também sentir-se desanimada com a falta de atenção dada ao órgão que presidia. “Foi muito desinteressante gerir o incómodo. Foi pouco gratificante ver a falta de apreço dos principais protagonistas pela estrutura que presidia”, critica, considerando que é redutor dizer que o motivo da sua saída é apenas uma incompatibilidade com o líder da concelhia, Paulo Afonso.

Concelhia pondera queixa-crime

O assunto veio a lume depois da carta de renúncia de Célia Monteiro ter sido enviada para vários jornais através de uma conta falsa que se fez passar por uma comunicação oficial da concelhia socialista.

Contactado por O MIRANTE Paulo Afonso recusa tecer comentários às declarações de Célia Monteiro até que o possa fazer diante dos militantes da concelhia numa reunião que antes da polémica já estava agendada para 8 de Junho. Paulo Afonso manifesta a sua “grande preocupação legal” com a usurpação do nome da concelhia através da circulação de um e-mail falso e diz esperar que o partido possa avançar com uma queixa-crime na justiça para identificar o autor da missiva.

“Continuaremos a ter uma maioria relativa na assembleia e espero contar com a Célia Monteiro no alinhar de posições nas votações do PS”, explica o líder da concelhia. Célia Monteiro nega qualquer envolvimento no processo de envio do e-mail.

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