Política | 06-02-2022 12:00

Grandes obras na Chamusca “não andam nem desandam”

Câmara da Chamusca vai pagar 17 mil euros para mudar linha aérea de média tensão para subterrânea, apesar da obra ser da responsabilidade da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

Empreitadas de regeneração urbana e novo centro de saúde ainda não arrancaram. Concursos públicos desertos e problemas com linhas de alta tensão atrasam início das obras cujos projectos já foram aprovados em 2020 e 2019, respectivamente.

A construção do novo Centro de Saúde da Chamusca, que vai situar-se na zona alta da vila, na Avenida Gago Coutinho, está suspensa devido à necessidade de mudar a linha aérea de média tensão para subterrânea. A intervenção já foi adjudicada e a autarquia assumiu a despesa, de 17 mil euros, apesar da obra ser da responsabilidade da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo.
O prazo de um ano para a execução da construção do novo centro de saúde não vai ser cumprido. Neste momento, o recinto está parcialmente vedado com chapas de zinco e tem uma retroescavadora parada há várias semanas. A oposição e uma boa parte da população não concordam com a construção da nova unidade de saúde naquela zona porque vai limitar, uma vez que está numa zona inclinada, o acesso da população, que é maioritariamente idosa, e por passar uma linha de água por baixo do terreno, condição que poderá causar constrangimentos.
Recorde-se que o lançamento do primeiro concurso público para a realização da empreitada aconteceu em 2018. Só há poucos meses é que a obra foi adjudicada à empresa Ecoedifica por cerca de 1,5 milhões de euros, mas prevê-se que o custo venha a ser maior uma vez que os valores de referência têm aumentado significativamente.
REGENERAÇÃO URBANA EM “BANHO-MARIA”
As obras de regeneração urbana na vila da Chamusca, que estavam previstas começar no início de 2021, também ainda não arrancaram. O executivo aprovou, na sessão camarária de 25 de Janeiro, o lançamento de quatro novos concursos públicos.
O projecto para a requalificação urbana da vila começou mal desde início, em Setembro de 2020. Depois de aprovado em reunião de câmara, os primeiros quatro concursos públicos ficaram desertos. De seguida realizaram-se procedimentos por ajuste directo, mas as construtoras não se mostraram interessadas em fazer as obras. O executivo decidiu abrir novos concursos públicos, revistos em baixa, que voltaram a não ser apelativos para as empresas. Depois de novo procedimento por ajuste directo, volta tudo à estaca zero.
Com o tempo a passar, os prazos de execução para as empreitadas estão mais curtos, o que pode inviabilizar os apoios comunitários uma vez que, dos 2,7 milhões de investimento, cerca de metade é financiada por fundos europeus. Esta realidade tem gerado preocupação, sobretudo nos vereadores da oposição, que já questionaram o executivo de maioria socialista, por mais do que uma vez, se se “corre o risco de nenhuma obra ser realizada dentro do tempo previsto e, por isso, perder-se o financiamento”.
A empreitada de regeneração urbana implica mudanças no trânsito e estacionamento, criação de zonas pedonais, instalação de estações de bicicletas e uma intervenção de fundo nas infra-estruturas de água, esgotos e electricidade.

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