Política | 01-03-2022 20:16

PCP vota contra apoio europeu ao povo ucraniano

PCP vota contra apoio europeu ao povo ucraniano

Eurodeputados do PCP votaram contra a resolução sobre a agressão militar russa à Ucrânia adoptada pelo Parlamento Europeu por entenderem que a mesma “instiga a escalada de confrontação”. BE não votou contra mas absteve-se.

Numa sessão plenária extraordinária em Bruxelas, e após um debate que contou com uma intervenção por videoconferência do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o Parlamento Europeu adoptou uma resolução sobre a invasão em curso, com 637 votos a favor, 26 abstenções e apenas 13 votos contra, dois dos quais da delegação do Partido Comunista Português, composta por João Pimenta Lopes e Sandra Pereira.

Em declarações à imprensa, João Pimenta Lopes explicou que o voto foi contra tendo em conta o enquadramento de uma resolução que instiga uma escalada de tensões numa situação de grande tensão. “Entendemos que têm que ser percorridos os caminhos necessários na defesa da paz para criar as condições para uma via negocial, uma solução política deste conflito, um cessar-fogo cuja necessidade o PCP já anteriormente afirmou, e rejeitar o caminho que potencie o continuar de uma escalada de confrontação que nos trouxe a esta situação, e que a própria resolução, tal como está construída, instiga”, argumentou, acrescentando que não se pode ignorar o percurso no qual os Estados Unidos, a NATO e a UE “tiveram também uma responsabilidade”.

Já o Bloco de Esquerda aprovou a resolução, ainda que votando contra nos votos das emendas e votos separados, “os parágrafos que a direita quis incluir na resolução no sentido de uma escalada militar numa região altamente sensível”, assim como “emendas da direita muito genéricas sobre alargamento da NATO”, explicou o deputado José Gusmão. “Todas as propostas que conduzem a uma escalada militar na Ucrânia nós não acompanhámos porque pensamos que a resolução deve estar centrada na obtenção de um cessar-fogo imediato”, disse, congratulando-se por, no seu entender, ter sido isso que acabou por acontecer.

Entretanto, a delegação do PS emitiu um comunicado a lamentar que os dois deputados do PCP tenham optado por votar contra esta resolução, “juntando-se a uma ínfima minoria que se recusa, apesar de todas as evidências, a condenar, sem ambiguidades, a guerra de agressão iniciada por Putin e a sua intolerável ambição imperialista contra uma nação soberana e independente”.

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