O rápido tempo de resposta dos meios de socorro e protecção civil e a proximidade das aldeias do concelho aos núcleos urbanos faz com que Vila Franca de Xira não considere, no imediato, implementar o programa nacional “Aldeia Segura” no seu território. A proposta de implementação local do programa foi avançada pelos vereadores da coligação Nova Geração (PSD/MPT/PPM) mas acabou por se transformar numa espécie de recomendação ao executivo camarário, que aprovou a proposta com essa mesma ressalva.
“Este é um programa que se destina a aldeias muito isoladas onde o tempo de resposta dos bombeiros é de horas. No nosso caso o tempo médio de resposta é de 10 minutos nestas áreas. Uma parte do programa, sobretudo as medidas de sensibilização da comunidade, já está em curso, duas vezes por ano, por isso enquanto recomendação não vemos inconveniente em aprovar”, explicou o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira.
Para a vereadora Joana Bonita, da CDU, a proposta é bem intencionada mas lembrou que é preciso a câmara continuar a dotar e garantir o fornecimento de todos os meios necessários à protecção civil para que esta possa ter condições para actuar. O vereador Barreira Soares, do Chega, votou contra por considerar que o concelho e as suas aldeias mais isoladas não são áreas de risco e que por isso a proposta da coligação está descontextualizada.
Os promotores da proposta discordam, lembrando que pelo menos duas localidades – Calhandriz e A-dos-Melros – têm um histórico grande de incêndios, nomeadamente em Setembro de 2012 e Agosto de 2017, onde se contabilizou uma vítima mortal, perda de cabeças de gado, veículos e uma habitação. “Não são só os incêndios que preocupam mas também outros fenómenos naturais como aluimentos de terras, tremores de terra e cheias”, lê-se na proposta.
O programa Aldeia Segura visa estabelecer medidas estruturais para proteger pessoas e bens de áreas cercadas por zonas florestais, ajudando a identificar pontos críticos e locais de refúgio para as comunidades. O programa visa implementar estratégias de protecção das localidades face a eventuais incêndios rurais e sensibilizar as comunidades para a adopção de práticas que minimizem os riscos de incêndio.