Saúde | 15-10-2020 18:19

Contactos com centro antiveneno por exposição ao álcool gel aumentaram 340%

Contactos com centro antiveneno por exposição ao álcool gel aumentaram 340%
Foto: DR

“É um produto que não usávamos quase nunca e que agora passámos a viver com ele”.

O Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM registou este ano um aumento de 340 por cento de chamadas relacionadas com a exposição ao álcool gel, mas com relatos de situações de baixa gravidade.

Fátima Rato, médica responsável pelo Centro de Informação Antivenenos explicou em declarações à agência Lusa que em 2019 receberam 150 chamadas relacionadas com situações de exposição ao álcool gel e que em 2020 e até à meia-noite de quarta-feira foram feitos 531 contactos com o CIAV.

Isto é facilmente explicável uma vez que é um produto que não usávamos quase nunca e que agora passamos a viver com ele”, disse adiantando que se verificou uma prevalência de chamadas em Março, Abril e Maio, que atribui ao facto de as famílias estarem mais em casa com acesso mais facilitado ao produto.

Segundo Fátima Rato, 52 por cento dos casos eram situações com adultos e 48 por cento com crianças, especialmente entre 1 e 4 anos (174 casos).

Em todos os casos de atendimento na linha 800 250 250 as situações relatadas eram de baixa gravidade, mas a responsável do CIAV alertou para uma maior vigilância relativa a estes produtos, em especial no transvase para recipientes não identificados.

A gravidade é baixa e sem grandes consequências. Até durante o período de confinamento conseguimos controlar a esmagadora maioria das situações em casa”, disse adiantando que é sempre uma mais-valia ligar para o CIAV antes de tomar qualquer medida em caso de contacto ocular ou ingestão da substância aconselhando a nunca provocar o vómito.

Na quarta-feira o Instituto de Toxicologia e Ciências Forenses espanhol detectou um aumento de 900 por cento em intoxicações acidentais com álcool gel em crianças durante a pandemia.

O dado é considerado significativo uma vez que foram detectadas 90 consultas em 2019 relacionadas com este tipo de intoxicações enquanto em 2020 foram registadas 874.

Dos 874 casos, 585 foram envenenamentos de crianças, 368 delas menores de dois anos, segundo nota do Ministério da Justiça espanhol.

Esses dados representam um aumento de mais de 900% nas intoxicações até o momento em 2020, em relação ao total de 2019, pelo que o ministro da Justiça, Juan Carlos Campo, já enviou uma mensagem às famílias alertando para o aumento de casos de envenenamento pedindo o máximo de cuidado no uso de gel quando houver crianças por perto.

A maioria desses envenenamentos ocorreu acidentalmente. Mais de 84% aconteceu por via oral; 7% pela mucosa ocular; cerca de 3% por inalação e mais de 2% por exposição da pele.

Mais de 80% das consultas recebidas devem-se a sintomas leves que se revertem em pouco tempo, sendo os mais comuns irritação do aparelho digestivo, vómitos, diarreia, tosse, vermelhidão nos olhos, visão turva, entre outros.

O instituto tem dado especial ênfase à necessidade de manter esses produtos fora do alcance das crianças, lembrando que o seu "uso deve ser sempre supervisionado por um adulto".

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