Saúde | 16-10-2020 09:45

Doenças da coluna vertebral são uma das maiores causas de absentismo laboral

Doenças da coluna vertebral são uma das maiores causas de absentismo laboral
Foto: DR

Hoje é Dia Mundial da Coluna. Alguns tipos de tratamentos para doenças da coluna vertebral só se realizam nos grandes centros, o que dificulta o acesso por parte dos doentes do interior.

A pandemia tem acentuado as assimetrias regionais em diferentes frentes na área da saúde, uma realidade que já se fazia sentir no acesso a tratamentos de doenças da coluna vertebral e que poderá ter agravado. Para discutir esta realidade, em comparação com dados de 2011 a 2017, no âmbito do Dia Mundial da Coluna, que se assinala esta sexta-feira, 16 de Outubro, realiza-se o evento “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS”, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.

As doenças da coluna vertebral já são a segunda principal causa de absentismo laboral, tendo-se tornado, ao longo das últimas décadas, na principal causa de incapacidade em todo o mundo. Neste sentido, o evento “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS” vem reforçar a importância das linhas orientadoras para os tratamentos e para a cirurgia de coluna, com informações claras sobre a melhor forma de tratar cada doente, e, por fim, a importância de uma aposta continua na formação de cirurgiões”, explica Domingos Coiteiro presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN).

Estarão em discussão os actuais e os emergentes métodos de diagnóstico, acompanhamento e tratamento de patologias da coluna para avaliar de que forma é que as assimetrias regionais têm contribuído para a falta de resposta a doentes com patologias da coluna e se a saúde da população portuguesa tem um impacto directo na produtividade e economia do país.

Determinados tipos de tratamentos só se realizam nos grandes centros, o que dificulta o acesso por parte dos doentes do interior. Segundo dados da SPN, é na região norte que se realiza a maior parte das cirurgias à coluna (46%). Sendo Lisboa e Vale do Tejo a segunda região com maior número de cirurgias, com 37% dos procedimentos. Já o Alentejo e o Algarve registam apenas 2% das operações.

“Resta saber se estas diferenças são fruto das diferentes concentrações demográficas ou se reflectem maior dificuldade de acesso aos cuidados de saúde fora dos grandes centros urbanos. Importa também perceber de que modo a pandemia veio agravar esta situação”, reforça Miguel Casimiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

José Guimarães Consciência, especialista da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, frisa ainda que “segundo o estudo realizado entre 2011 a 2016, mais de metade dos doentes operados a patologias da coluna eram doentes em idade activa (55%), o que significa que a principal incidência das cirurgias à coluna vertebral não se tem detectado na população mais idosa, pelo que um eventual atraso na sua realização induzirá a um aumento do absentismo laboral, para além da antecipação já frequente das reformas. Torna-se assim fundamental avaliar estes números, perceber qual foi a evolução da situação e como ela se reflecte na presente realidade”.


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