As hérnias da parede abdominal, sendo a mais conhecida a inguinal, podem resultar em complicações graves se as pessoas deixarem o problema arrastar-se. Como foi o caso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em que foi necessário cortar uma parte do intestino. O deixar arrastar uma hérnia pode levar a maiores complicações que podem implicar cirurgias de urgência e até mesmo risco de vida, alerta Joaquim Costa, coordenador de cirurgia geral e director clínico do Hospital CUF de Santarém.

Esta patologia está ligada ao esforço. Mas também podem ter uma origem genética, em que algumas pessoas nascem com a propensão para terem hérnias, prova disso é a detecção da doença em crianças. No distrito de Santarém há uma incidência da doença pelo facto de ser uma região predominantemente agrícola, actividade que implica esforços. Mas se antes uma intervenção implicava um largo período de afastamento do trabalho, com uma técnica moderna que a CUF Santarém está a praticar as pessoas podem regressar mais cedo à profissão, embora com algumas cautelas. Joaquim Costa garante que no máximo dos máximos a pessoa só estará afastada da sua actividade um mês.

As hérnias surgem pela fraqueza da parede abdominal, composta por uma complexa grelha de músculos. A reparação dessa fraqueza é feita com a colocação de dispositivos, que em linguagem simples chamam-se redes. Com a cirurgia minimamente invasiva da CUF Santarém, que tem a vantagem de haver menos dor, de ser mais segura e com menos tempo de recuperação. A cirurgia consiste em fazer um orifício por onde entra uma câmara e pelo qual são colocados os dispositivos. No caso do hospital CUF Santarém esta cirurgia, denominada laparoscopia, faz-se por entre as camadas musculares, não se violando a parede abdominal, o que representa também menor risco de infecção, melhor resultado estético e regresso mais rápido à vida activa.

O grau de reincidência é de um por cento. Apesar de ser uma taxa baixa o ideal é que as pessoas evitem o reaparecimento de hérnias, pelo que devem ter alguns cuidados na sua vida. O director clínico do Hospital CUF de Santarém realça que as pessoas não têm uma cultura de como podem levantar pesos, de como podem fazer força e acabam por não ligar muito a esta doença até começarem a aparecer altos e dor e não conseguirem trabalhar.

O médico Joaquim Costa, que aconselha as pessoas a não deixarem arrastar o problema, revela que a CUF de Santarém tem vindo a tratar com esta técnica as hérnias de doentes do Serviço Nacional de Saúde, através do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, que visa a redução de listas de espera. Mesmo com a situação de pandemia que o país atravessa o médico diz que não se devem descurar os sinais de hérnias - dor local, sensação de desconforto após fazer esforço, protuberância (altos que podem desaparecer quando deitados) – realçando que é seguro ir ao hospital.