Utentes de Benavente alertam para agravamento da prestação de cuidados de saúde
Atraso de um mês na prescrição de receitas, falta de médicos de família e recusa em atender doentes são queixas dos utentes que recorrem ao Centro de Saúde e SAP de Benavente.
A Comissão de Utentes do concelho de Benavente (CUCB) diz que apesar da recém criada Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo (ULS ET) as unidades de saúde de Benavente continuam a funcionar mal.
No dia 15 de Fevereiro a CUCB esteve reunida com a administração da ULS ET e reportou atrasos de quase um mês na prescrição de medicamentos, em especial a utentes sem médico de família e outros que, necessitando de medicação, não
necessitam de consulta. A justificação dada pela ULS ET aos utentes foi a que “isso só acontecia porque a chefe dos
serviços administrativos não pediu auxílio à Unidade de Saúde Familiar de Samora Correia disponível para o efeito” e que “dentro das medidas previstas para ultrapassar este problema há a intenção de se centralizarem os pedidos de modo a serem detectadas as situações mais criticas e ultrapassá-las no âmbito da ULS se no concelho não houver capacidade disponível”.
A questão do SAP de Benavente ter recusado atender dois doentes, um com um corte numa mão e outro com sinais claros de AVC por estes estarem inscritos na USF de Samora Correia, foi esclarecido
que “foi uma orientação dada por força da saída de vários
médicos e da necessidade de concentrar as disponibilidades no atendimento aos utentes sem médico de família”.
A CUCB denunciou a dificuldade dos utentes em comunicarem por telefone ou correio electrónico com o centro de saúde e a dificuldade em substituir a médica que se reformou. A ULS ET afirmou estar previsto passar a haver uma central de atendimento única para toda a Unidade Local de Saúde.
Para a CUCB as recém criadas Unidades Locais de Saúde, apesar de terem todas a mesma legislação, vão encontrar respostas diferentes para os mesmos problemas, consoante os critérios e opções das suas administrações. “Podemos vir a assistir a discrepâncias grandes no atendimento aos utentes nas várias áreas
de actuação das ULS, pondo em causa os princípios constitucionais da universalidade e da igualdade de tratamento pela administração pública”, sublinha a CUCB.
*Desenvolvimento na edição impressa de O MIRANTE