Alenquer debateu Inteligência Artificial na área da saúde

Regulação, riscos, vantagens e o futuro dos hospitais dominaram o debate sobre a Inteligência Artificial no domínio da saúde. A tecnologia traz ganhos de eficiência, mas exige novas competências e infra-estruturas.
A Inteligência Artificial (IA) está a transformar a área da saúde mas não vai substituir os médicos. Esta foi uma das principais conclusões do seminário sobre o impacto da IA na saúde, que teve lugar esta quarta-feira no Fórum Romeira, em Alenquer.
O evento reuniu especialistas que alertaram para os riscos associados, a necessidade urgente de regulação, os desafios na integração tecnológica e o impacto que estas mudanças terão no mercado de trabalho.
O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Estuário do Tejo (ULS), Carlos Andrade Costa, defendeu que dentro de duas décadas a forma como conhecemos os hospitais será completamente diferente. “A noção dos actos cirúrgicos vai ter como base a IA. Daqui a 20 anos vamos interrogar-nos sobre o que é um hospital”, afirmou, antecipando a construção de “salas limpas” com robots a substituir os blocos operatórios tradicionais.
Apesar da promessa de maior eficiência e rapidez, há preocupações com os riscos associados à automação dos cuidados. Carina Adriano, do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento, alertou para a falta de preparação das entidades reguladoras e dos profissionais. “Tem que haver médicos e enfermeiros que saibam trabalhar com os algoritmos. Os projectos devem ser feitos por quem os vai usar”, frisou.
Do lado da autarquia, o presidente da Câmara Municipal de Alenquer, Pedro Folgado, reconheceu que a IA pode vir a substituir algumas tarefas, mas sublinhou a importância da presença humana: “Imagino-me a ser operado por um robot, mas com a ajuda do médico e a sua destreza. Haverá sempre necessidade das pessoas comandarem e interagirem com as máquinas.”
*Notícia desenvolvida numa edição impressa de O MIRANTE