Saúde | 01-10-2025 14:23
Utentes do Médio Tejo mobilizam-se em defesa da maternidade e urgência pediátrica em Abrantes

Comissão de Utentes do Médio Tejo vai realizar uma série de acções de informação e mobilização, reforçando a defesa dos serviços, considerados essenciais para a população.
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) manifestou a sua oposição ao plano em estudo que inclui o possível encerramento da maternidade de Abrantes e da urgência pediátrica de Torres Novas. A comissão alertou que o encerramento dos serviços seria “um retrocesso inaceitável” e reivindicou o reforço dos recursos humanos, a valorização profissional dos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a manutenção em funcionamento permanente das cinco urgências hospitalares do Médio Tejo.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da estrutura, Manuel Soares, recordou que em 2006 e 2014 a população conseguiu travar intenções semelhantes e garantiu que, desta vez, a mobilização será novamente decisiva. “Temos de defender as populações, o seu bem-estar e o acesso a cuidados de saúde, valorizando o SNS e a região”, afirmou, apelando à "mobilização" de trabalhadores, dirigentes, autarquias, organizações sociais e deputados para um “trabalho coordenado”. Entre as medidas imediatas, a CUSMT vai promover um abaixo-assinado — já em curso e com centenas de adesões —, colocar o tema na agenda da reunião marcada com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo a 14 de Outubro, solicitar uma reunião à ministra da Saúde e envolver os novos órgãos autárquicos após a sua tomada de posse. Estão também previstas iniciativas públicas para apresentar as assinaturas recolhidas. “O que está bem é para multiplicar, o que está mal é para corrigir”, afirmou Manuel Soares, insistindo em que “a coesão territorial e o equilíbrio regional não podem ser apenas palavras, mas práticas efectivas para garantir cuidados de saúde de qualidade e proximidade”.
O jornal Expresso noticiou a 26 de Setembro que a proposta de reorganização dos cuidados agudos a grávidas no SNS prevê a mobilidade de equipas de pelo menos 12 maternidades e a redução do modelo de urgência regional na Grande Lisboa. O documento, entregue ao Governo pela Comissão Nacional da Saúde da Mulher, prevê ainda o encerramento de uma urgência pediátrica e a redução do modelo de urgência regional na Grande Lisboa. O coordenador do grupo de peritos, Alberto Caldas Afonso, adiantou também ao Expresso que o reforço das escalas nas maternidades mais deficitárias vai começar pela península de Setúbal, como já tinha sido divulgado, e será alargado a outras unidades do país fora da região de Lisboa e igualmente deficitárias.
A comissão de utentes vai realizar uma série de acções de informação e mobilização, reforçando a defesa dos serviços, considerados "essenciais" para a população. A petição pública “Contra o fecho da Maternidade de Abrantes e urgência pediátrica de Torres Novas” está a decorrer ‘online’. Criada no sábado, 29 de Setembro, contava ao final da tarde com 2.453 assinaturas. A ULS Médio Tejo dá resposta directa a cerca de 169.270 utentes de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei. Com 35 unidades funcionais de cuidados de saúde primários, a estrutura possui ainda três hospitais – em Abrantes, Tomar e Torres Novas -, separados entre si por cerca de 30 quilómetros.
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