Os países em desenvolvimento acusaram a União Europeia de usar a denominação de origem para os seus produtos como forma de maquilhar o proteccionismo à entrada de mercadorias provenientes destas nações.A UE, ao registar aproximadamente dez produtos por mês seguindo as regras comunitárias de denominação de origem dos produtos, “está a distinguir as mercadorias segundo a sua produção, preparação e transformação, em função da área geográfica”, disse à Agência Lusa fonte diplomática em Bruxelas.“Os países europeus defendem que a região é importante pelo menos numa fase de produção, preparação e transformação dos produtos com denominação de origem”, acrescentou.Apesar do recurso ser legítimo e estar de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), este processo está a ser visto como uma forma estratégica de proteccionismo pelos países desenvolvidos, afirma José Alfredo Graça Lima, negociador e embaixador brasileiro junto da União Europeia.Já o porta-voz do comissário europeu para a Agricultura Franz Fischler, sustenta que esta táctica “faz realmente parte da estratégia europeia para conseguir uma melhor protecção e certificação dos produtos europeus”.De momento, 570 produtos, como carnes, frutas, legumes, queijos, entre outros, têm os seus nomes registados de acordo com a denominação de origem - tanto pela indicação geográfica como pela especialidade tradicional na composição ou no modo de produção.Como exemplos, podem citar-se produtos como Ardenias (Bélgica), queijo Manchego (Espanha), Noordhollandse Gouda (Holanda), queijo Roquefort (França), prosciutto di Parma (Itália), que, entre outros 40 produtos, estão em lista de espera para receberem o registo de denominação, como o Pomodoro di Pachino (Itália), carne de porco alentejana (Portugal), miel d’Alsace (França) e Thuringer Rostbratwurst (Alemanha).Lusa