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Rui Reguinga acredita que o vinho português tem hipótese de vingar no estrangeiro

Vinhos da região vão dar cartas

Enólogo Rui Reguinga acredita no potencial do Ribatejo

A região do Ribatejo vai ter no futuro um papel importante no panorama vinícola do país. Esta é a perspectiva do enólogo Rui Reguinga, que presta apoio técnico a vários produtores nacionais, dos quais quatro são do distrito de Santarém. No entanto, avisa que tanto técnicos como produtores “não podem ficar de braços cruzados a pensar que já chegaram ao melhor que se pode fazer”.

Para Rui Reguinga, natural de Fazendas de Almeirim, concelho de Almeirim, a região ribatejana “tem um grande potencial”, mas em seu entender é “preciso demonstrá-lo e provar que ele existe”. Nesse sentido defende que os produtores não devem fazer o vinho de que gostam, mas sim aquele que vai de encontro aos consumidores a nível mundial. Até porque não se pode pensar no sector apenas à escala regional ou nacional. O enólogo realça ainda que a região tem boas condições para colocar no mercado bons vinhos a um preço acessível. “Para atingir um bom preço é necessário ter adegas bem equipadas e baixos custos de produção. Esta é a grande arma da região e na qual os produtores têm que apostar”.Ao contrário de outras regiões como o Dão ou a Bairrada, devido ao relevo dos terrenos, o Ribatejo tem a hipótese de mecanizar toda a produção. Desde a poda à vindima”, salienta Rui Reguinga que, no distrito, trabalha para a Casa Cadaval (Muge, Salvaterra de Magos), Quinta da Lagoalva (Alpiarça), Casal do Conde (Vila Chã de Ourique, Cartaxo) e António José Teixeira (Coruche). Rui Reguinga aponta por outro lado a necessidade de se promoverem os vinhos da região no seu conjunto. “Há alguns casos de sucesso comercial de algumas marcas, mas outras que têm grande potencial não se conseguem vender. O problema é que actualmente o que é promovido é a marca, quando devia ser a região no seu conjunto”, argumenta. Quanto à evolução no sector, aponta como grande exemplo a capacidade que os produtores tiveram em reestruturar as vinhas. Foram introduzidas castas estrangeiras que vieram dar uma maior qualidade ao vinho e aproximá-lo dos padrões internacionais. O enólogo destaca a introdução das castas cabernet, syrah e merlot e o reforço de castas portuguesas como a touriga nacional, touriga franca e a tinta roriz. Em relação ao mercado estrangeiro, sublinha que neste momento qualquer país produz vinho com grande qualidade. Pelo que os produtores nacionais têm que procurar estar sempre actualizados e acompanhar a evolução. Para Rui Reguinga o vinho português tem grandes hipóteses de vingar no estrangeiro. Até agora tem havido algumas dificuldades em promover o produto nacional além fronteiras, porque também não tem existido uma política de divulgação das castas nacionais que não são conhecidas nos outros países.
Rui Reguinga acredita que o vinho português tem hipótese de vingar no estrangeiro

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