Na reunião do executivo de segunda-feira, a vereadora Hélia Félix (PSD) apresentou novos dados para justificar mais uma interpelação ao presidente Rui Barreiro (PS), mas apenas obteve a promessa de que os esclarecimentos lhe serão prestados em breve.Hélia Félix sublinhou que José Luís Cruz foi o contacto dado pela câmara para prestar informações às empresas no âmbito do processo de consulta pública - implementado pela autarquia no ano passado - com vista à elaboração do boletim municipal e da agenda cultural.Obviamente, se quisesse, Rui Barreiro podia ter esclarecido todos os presentes. Tal como nas duas anteriores ocasiões em que vereadores do PSD e da CDU o questionaram sobre o mesmo assunto. Porque não é de crer que o presidente da Câmara de Santarém não saiba claramente o papel que José Luís Cruz desempenha no município, já que é uma das pessoas que lhe estão mais próximas em termos políticos. Foi pela mão de Barreiro que José Luís Cruz subiu vertiginosamente na hierarquia do PS escalabitano. Num par de anos passou a integrar a assembleia municipal, o núcleo duro da concelhia do PS e integrou a lista de Rui Barreiro para a comissão política distrital socialista, tendo sido eleito.Este membro do staff de Rui Barreiro - a quem alguém já chamou de “ministro da propaganda” por ser um dos operacionais da estratégia de comunicação e de divulgação da autarquia – é oficialmente designado como consultor mas não surge na lista de avençados e de assessores do executivo.No entanto, O MIRANTE sabe que tem um grande raio de acção e um naipe de responsabilidades atribuídas pelo próprio presidente. Um exemplo: José Luís Cruz é o nome indicado pela autarquia para integrar uma comissão de peritagem no âmbito de um contencioso que envolve a Câmara de Santarém e o grupo onde se integra o nosso jornal. Para além de ser testemunha da autarquia no mesmo processo.E é também José Luís Cruz que faz a ponte entre a autarquia e empresas gráficas para produção de folhetos, desdobráveis e outro material de divulgação. O seu nome aparece associado à empresa Tejo – Estudos e Projectos, com sede em Santarém, mas o nosso jornal apurou que não é sócio nem gerente da mesma.Pelo que resta dizer que as razões porque Rui Barreiro nunca respondeu às questões concretas que lhe são colocadas pela oposição só ele as poderá explicar, se entender fazê-lo. Mas há uma pergunta que, a concluir, se impõe, e que a oposição aliás já colocou em reuniões do executivo: que independência terá José Luís Cruz para fiscalizar a acção do executivo enquanto eleito da Assembleia Municipal de Santarém sendo ele um dos colaboradores mais próximos do presidente da câmara? Os vereadores da oposição continuam à espera de resposta...