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Marta Coelho

26 anos, empregada de balcão, Torres Novas

“Acho bem que apliquem multas porque estacionar em cima dos passeios causa problemas aos peões e, principalmente, aos deficientes. No entanto, também é verdade que as nossas ruas não estão adaptados para facilitar a vida a invisuais ou pessoas com dificuldade de locomoção”

Recentemente militares da GNR foram para o Iraque. Acha que Portugal devia envolver-se directamente no conflito?Penso que não e muito menos com tropas das GNR. Poderíamos ter outras tropas especiais mais vocacionadas para esse tipo de operações. Mas eu sou contra a ocupação do Iraque pelas forças da coligação.A política nacional, neste momento, também parece não gozar da melhor saúde...Não, nem no Governo nem na oposição. Eu sou do Bloco de Esquerda e vejo a situação bastante complicada. Quem nos governa não demonstra capacidade para resolver os problemas.Em seu entender, o que está pior?Os ordenados. O custo de vida aumenta e os ordenados não o acompanham. A saúde é outro drama. A educação, que é o principal motor de desenvolvimento de um país, é o que se vê... E depois gastam-se milhões em submarinos! Para quê? O código da estrada vai ser alterado e prevê pesadas multas para algumas situações que até ao momento não eram consideradas infracções, entre elas atirar beatas pela janela. Tem hábito de fazer isso?Não, só nas alturas de Inverno. Mas acho muito bem que haja multas, principalmente no Verão. Eu estive em Vila do Rei na altura dos fogos. Sei o que é lembrar-me de uma zona onde só víamos verde e assistirmos àquilo tudo. Parecia que estávamos dentro de uma cratera de um vulcão.Sabe que deixar o carro em cima do passeio pode ser sancionado com a apreensão de carta?Acho bem que apliquem multas porque estacionar em cima dos passeios causa problemas aos peões e, principalmente, aos deficientes. No entanto, também é verdade que as nossas ruas não estão adaptados para facilitar a vida a invisuais ou pessoas com dificuldade de locomoção.Estamos a chegar ao Natal. Costuma fazer árvore de Natal ou presépio?As duas coisas, tento manter a tradição. E as prendas?Isso é só comércio, passo o Natal com os meus pais e o meu irmão, estamos reunidos e se não houver problemas é muito bom. Não nos preocupamos muito com as prendas.O que é que gosta de fazer ao domingo?Tenho muita coisa para me entreter em casa. Vivo numa quinta e tenho árvores para cuidar. Quando não vou a Lisboa, a Vila do Rei ou a Coimbra tenho muita coisa para fazer. Falta-me tempo para tudo.Veio de Lisboa para a Mata [aldeia do concelho de Torres Novas], custou-lhe a mudança?Os meus avós, que já faleceram há uns anos, eram da Mata e eu sempre passei férias aqui. Tenho amigos cá e resolvi experimentar. Não me custou a mudança porque estive um ano desempregada e andava entre Lisboa e a Mata. O que custa mais é passar o Inverno. Sozinha custa um bocado... Licenciou-se em Recursos Humanos porquê?Quando fiz o 12.º ano não tinha grandes intenções de seguir os estudos. O meu pai insistiu e como para as universidades públicas não tinha hipóteses, optei por Recursos Humanos porque me pareceu ser o melhor. Se escolhesse agora tiraria um curso mais virado para a Biologia, conservação da natureza. O que gosta mais que lhe ofereçam?É sempre muito agradável receber flores, mas recebo muito poucas, devo dizer, com muita pena minha. Também gosto que me dêem cd’s. Mas o importante é a companhia. Saber que posso contar com as pessoas é muito bom.Aceita um galanteio com bom grado?Aceito e sei levar isso na desportiva, na brincadeira.Gosta do cavalheirismo?Gosto, fica sempre bem, são regras de educação que não se devem perder. As mulheres lutam por estarem equiparadas aos homens, mas isso são questões de trabalho, de oportunidades. Emigrar diz-lhe alguma coisa?Era capaz de ir trabalhar para um país e ficar lá vários meses para conhecer a cultura, a forma de estar na vida desse povo.E participaria numa missão humanitária em qualquer sítio do mundo?Em qualquer sítio do mundo. Para além de gostar muito das áreas ligadas à Biologia e à Natureza também gosto muito da parte humana. Se isso me pudesse levar daqui para fora gostava imenso. A guerra assusta-a?Claro, acho que ninguém gosta de guerras. Os países que vão para a guerra é só por dinheiro, só para lucrar. O povo de um país que está em guerra não a quer, não ganha nada com isso, só tem a perder.Lê jornais habitualmente?Não muito. Leio um ou dois jornais regionais, entre eles O MIRANTE, e o Correio da Manhã no café onde vou. São os jornais a que tenho mais acesso.

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