Termas em terra de vinhos
Estrutura secular pode ser revitalizada
Além da qualidade dos seus vinhos, que ainda hoje perdura, Alcanhões já foi bastante afamada na região e no país pelas suas termas, cujas águas eram recomendadas para o tratamento várias doenças. Segundo um texto da autoria de Nunes Melro, publicado numa revista dedicada às Festas em Honra de Nossa Senhora das Maravilhas, que se realizaram em Alcanhões em 1973, as águas eram utilizadas para curar doenças de pele, reumatismo, gota, e até doenças de estômago, rins, fígado e bexiga.
A nascente das águas termais situa-se na Quinta de Martanes, à entrada de Alcanhões para quem vem da EN 3 e passa por baixo da ponte da auto-estrada. Segundo se conta, desde a ocupação romana que a qualidade das águas é reconhecida mas só no final do século XIX foram feitas as primeiras análises.O proprietário do terreno onde estava a nascente não percebia porque é que a água que utilizava na rega das várias culturas, em vez de beneficiar as plantas, estragava-as e fazia-as morrer. Enviou algumas amostras para análise e os resultados foram claros ao apontarem que as águas eram medicinais, principalmente por serem cloretadas sódicas.Foi então que se decidiu construir a estância termal de Alcanhões, um edifício modesto mas que recebia gente da região e não só, que chegou a ser importante para a vida económica da localidade, nomeadamente através do aluguer de quartos aos utilizadores das termas. No entanto, por razões desconhecidas, por volta da segunda década do século XX, as termas encerraram e vinte anos mais tarde o edifício ardeu por completo.Até que, há 30 anos, um grupo de habitantes da região formou a Empresa de Águas Cloretadas de Alcanhões (EACA) e adquiriu os terrenos onde se situaram as termas originais, com o objectivo de construir um complexo turístico que, além de recuperar a utilização das águas medicinais, previa a construção de motel, restaurante, piscina, campos de ténis e salas de recreio.A ideia ainda subsiste, mas até ao momento não saiu do papel. O principal problema parece ser o licenciamento da zona termal, uma vez que se começou a construir perto da zona de captação e as análises da água não davam valores constantes.
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