O Ribatejo já tem uma figura pública. Chama-se Hugo Pêgo, tem vinte e sete anos e é colunável porque casou com a segunda filha do Presidente da República de Angola, a bonita Tchizé. Li a reportagem sobre o jovem de Casais da Lapa, Cartaxo, no magazine de domingo do Correio da Manhã e fiquei eufórico. Até agora só tínhamos monos como o Lacão, o Noras, o Hermínio Martinho e o incontornável Miguel Relvas. Agora sim, temos jet-set a sério. Um marialva formado na Escola Agrária que impressionou a filha do Eduardo dos Santos com de “potente BMW 320 D, novinho em folha” merece uma vénia. Um destaque. Uma referência. Uma medalha ou comenda.É certo que o presidente da câmara da Golegã conseguiu um lugar de figurante numa novela da TVI, mas o dótor Veiga Maltez é entradote. Pode galar mas já não é galã. Hugo Pêgo ganha-lhe aos pontos. Tem juventude e raça, apanhou uma herdeira rica e apesar de não ter cavalos lusitanos tem carroças com mais cavalos que a Coudelaria Nacional. Como diria a Associação de Consumidores DECO, é a escolha acertada para nos representar nas revistas cor-de-rosa. E até no MIRANTE cor-de-rosa, pois claro.Hugo andou na Escola Agrária nos anos noventa a cursar Engenharia de Produção e ajudava o avô na ingrícola. Não sabemos se foi praxado mas é natural que também lhe tenham esfregado a cabeça com bosta de vaca quando era caloiro. Agora os praxadores devem torcer a orelha e ela não deita sangue. O senhor engenhêro vai ter machambas e mais machambas lá nas Áfricas e eles à espera de um lugarzito nas direcções regionais de agricultura como aconteceu com o presidente da câmara de Santarém, Rui Barreiro, antes de ser presidente.O Engenheiro Agrícola António Campos também nunca trabalhou no campo e saiu-lhe a segurança social na rifa. Ao Hugo Pêgo saiu-lhe a sorte grande. Não há dúvida. Em vez de nabos e cenoiras vai cavar diamantes e petróleo. Ele é o meu ídolo. Há gajos que sonham toda a vida engatar uma viúva rica. Este engatou uma mulher bonita e super-rica. Boa, Hugo! Parafraseando o Tónho Salazar de 1961: Para Angola e em força!Em maré de leituras deitei também as galfarras ao boletim da diocese de Santarém aqui há tempos e a minha alma ficou parva. Não queres lá ver, Serafim, que está a aumentar o número de mancebos que quer ir para padre!!? Será que Deus os chamou, ou foi o espectro do desemprego que os empurrou??Aqui há tempos a rapaziada desatou a ir para a tropa. Empregos dos bons, pois claro. Pouco trabalho, bom dinheiro. Agora como o maná está esgotado, vão para padres. Aquilo é uma vida flauteada. Sermão e missão cantada. Os padres novos que vejo por aí vivem bem. Bons carros, boas casas, dispensas recheadas e mulherio a rodos sempre a tentá-los. E a minha santa mãe que tanto queria que eu fosse para padre! Nunca me perdoarei o desgosto que lhe dei quando reneguei a fé. Fui uma besta, pois claro. Ela é que tinha razão, como sempre. De vez em quando ainda rezo umas Avé-Marias, mas nem Marias, nem Manuelas. Não apanho nada. Nem católicas nem apostólicas e muito menos romanas. Quem devia andar desesperadinho de todo era o outro que se disfarçou de médico para fazer uma apalpação mamária àquela senhora de Torres Novas com a desculpa de lhe estar a fazer um rastreio do cancro da mama ao domicílio. Realmente a necessidade aguça o engenho. E o safardana ainda voltou ao local do crime para uma segunda dose. A sorte dele foi ter dado corda aos sapatos se não tinha levado um enxerto de porrada que lhe passava a rebarba por muito tempo. Ele há cada um! Vamos lá a ver se um dia destes não começa por aí um rastreio ao domicílio do cancro da próstata. Acho que aquilo implica enfiar um dedo no cu do examinado. E, como sabes, há coisas que podem muito facilmente confundir-se com dedos.Um abração terapêutico do Manuel Serra d’Aire