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Falar a uma só voz

Rocha de Matos e Ludgero Marques criam Confederação Empresarial Portuguesa

Rocha de Matos e Ludgero Marques, os “patrões” da indústria e do empresariado nacional falaram na sexta-feira em Torres Novas dos objectivos da união das duas associações numa confederação.

Foi um debate morno o que na sexta-feira, 1 de Outubro, juntou à mesma mesa os representantes dos patrões nacionais – Rocha de Matos, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e Ludgero Marques, que lidera a Associação Empresarial de Portugal. Rocha de Matos e Ludgero Marques falaram em uníssono relativamente às questões relacionadas com o futuro das associações empresariais. Sim, a unificação das duas estruturas numa confederação é inevitável; sim, a vontade de avançar com este projecto é de ambas; e sim, a Confederação Empresarial de Portugal só ainda não passou do papel porque tem de se escolher o momento exacto.O objectivo da criação de uma confederação empresarial é bem claro – “queremos falar a uma só voz, ter uma sede própria, dinheiro suficiente para não depender de ninguém e ser uma voz forte perante o Governo”.Ao avançarem para a Confederação Empresarial Portuguesa – que arrancou formalmente na segunda-feira – Rocha de Matos e Ludgero Marques quiseram dar o exemplo da máxima: a união faz a força. E no auditório da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), em Torres Novas, incentivaram os (poucos) empresários presentes a unirem-se também em redor da coesão empresarial.“Falta dimensão empresarial em Portugal, falta dimensão às fábricas e às empresas, por isso tem de haver um esforço maior por parte dos empresários deste país, pensar para além das paredes da sua pequena empresa ou fábrica”, referiu Ludgero Marques.Mais poder junto do mundo políticoFoi a partir de uma reunião mantida entre o ex-primeiro-ministro Durão Barroso e os parceiros sociais, em que se sentiram “a mais”, que os dois “patrões” iniciaram conversações para a unificação das duas associações.“As grandes empresas só precisam de nós em condições especiais, são as micro, as pequenas e as médias empresas que mais precisam de nós”, afirmaram os representantes nacionais dos empresários, críticos quanto baste relativamente às vantagens das missões empresariais ao estrangeiro, tal como são actualmente feitas.Rocha de Matos e Ludgero Marques dizem que as empresas são convidadas pelo Governo nas deslocações a outros países para, quase sempre, comporem apenas o ramalhete, quando tem de ser exactamente o contrário.É por isso também que o futuro presidente da Confederação Empresarial Portuguesa deve saber negociar com o Governo e ter à vontade no meio político. Não tem de ser do meio empresarial mas perceber como os empresários funcionam, fluente em várias línguas, desinibido, capaz de “fazer frente” ao Governo.Um perfil que dá para...quase ninguém. Mas que serve quem nem uma luva a Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva e gestor de várias empresas. Presente no debate de sexta-feira, Mira Amaral não quis comentar essa possibilidade. Nem os elogios públicos que lhe foram feitos pelos empresários. Ao nosso jornal Rocha de Matos disse que o nome ainda não foi escolhido. Mas que Mira Amaral é um dos que tem o perfil adequado ao desempenho das funções de presidente da CEP.

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