O dia sem carros era um folclore e ainda bem que acabou. Os portugueses não vão em sensibilizações. Só lá vão imposições e mesmo assim...É muito cómodo andar de carro e levar o carro para todo o lado, mesmo transgredindo. A principal preocupação dos políticos nas cidades é arranjar lugar para os carros. A principal reivindicação dos eleitores são lugares para estacionar. É natural que assim seja, mas no meio disto tem que existir algum equilíbrio e bom senso.Os políticos não podem agir apenas coagidos pela ditadura dos votos. Eles são responsáveis pela promoção da qualidade de vida das populações que os elegeram e a qualidade não se resume à criação de espaços para estacionamento. Não gostei de saber que a câmara do Entroncamento, que tinha proibido o estacionamento automóvel num espaço pedonal junto ao mercado - rua António Lucas se não estou em erro – tenha decidido recuar naquela decisão por causa de um abaixo-assinado de comerciantes. Segundo li a primeira decisão foi tomada por unanimidade e a segunda pelos vereadores da oposição que estão em maioria no executivo. E aqui só há duas conclusões a tirar. Ou a primeira decisão foi tomada levianamente ou a segunda foi tomada por questões puramente políticas (agradar a alguns eleitores). Como o espaço está feito para trânsito de peões e não de carros eu opto pela segunda conclusão. Sei que a autorização de estacionamento é temporária mas o conceito de temporário costuma ser muito alargado na cidade do Entroncamento. As casas pré-fabricadas montadas para alojar os retornados das ex-colónias a seguir ao 25 de Abril eram uma solução temporária e ainda lá estão. O estacionamento no largo José Duarte Coelho, em frente ao edifício sede do município, também era temporário mas pegou de raiz. Só para dar dois exemplos.João Duarte Conchinha - Entroncamento(Texto enviado através de correio electrónico)