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Prémio Literário Redol com 241 obras

Carlos Machado e Ricardo Lahud venceram

Os vencedores do Prémio Literário Alves Redol ainda não têm livros publicados. Carlos Machado, engenheiro de telecomunicações e Ricardo Lahud, um brasileiro apaixonado pela escrita, foram distinguidos num universo de 241 participações.

Os vencedores do Prémio literário Alves Redol 2006, nos géneros Romance e Conto, foram um português, Carlos Alberto Bernardo Machado, e um brasileiro, Ricardo Lahud, ambos sem livros publicados, mas apostados em resolver rapidamente esta “lacuna”.Segundo a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que o promove, o prémio recebeu este ano 241 trabalhos originais.O romance de Bernardo Machado vencedor do certame tem por título “Os homens voam acima dos pássaros” e é, na síntese do autor, ouvido pela Lusa, a história de “uma procura de identidade” das personagens.Nas palavras do autor, há no centro da narrativa, que se desenvolve em cenários do interior do país, uma história de amor não consumada, a morte da personagem masculina, João Hermínio, e alguém que por este se faz passar junto de Alcina, a figura feminina.Nas palavras do júri - o escritor Urbano Tavares Rodrigues, o crítico literário Manuel Frias Martins e o responsável da Divisão de Bibliotecas da Câmara municipal de Vila Franca de Xira Vítor Figueiredo - “Os homens voam acima dos pássaros” é “um romance que conjuga muito bem três vectores narrativos fundamentais”.“Por um lado - lê-se no parecer final - o amor como potência mobilizadora da acção das personagens principais. Por outro, a reconstrução das atmosferas locais do interior do país. Finalmente, a saga de uma família, a qual permite dar acesso ao conhecimento de realidades e de circunstâncias epocais que, de certo modo, nos identificam a todos nós como portugueses”.Os três membros do júri encontraram ainda no romance “uma capacidade notável para arquitectar estórias de cruzamentos epocais e pessoais que conseguem manter o leitor constantemente preso ao texto”.Carlos Alberto Bernardo Machado, que receberá pelo Prémio 5.000 euros, é engenheiro de telecomunicações, tem 52 anos e reside em Lisboa. Prefere, como género, o romance mas tem escrito “contos, pequenas histórias”, a publicar quando a oportunidade surgir.Curiosidade adicional, o seu filho, David Machado, um economista, venceu recentemente o prémio Branquinho da Fonseca de Literatura infantil.O brasileiro Ricardo Lahud, 45 anos, residente em São Paulo, venceu o prémio no género Conto com “Noite de Colheita”.Em declarações à Lusa, sintetizou a história vencedora como sendo o relato de “um assassino cego que passou a meia-idade, sabe que não tardará a morrer e não será lembrado por ninguém”.“Então, decide começar a matar. E mata”, resumiu o autor.Lahud já ganhou no Brasil vários concursos literários, um dos quais com um romance policial, mas ainda não publicou.“É muito difícil publicar aqui” com a chancela de uma editora, disse, situação que todavia não o dissuade de continuar a tentar.Mas pelo menos o primeiro livro - prevê - sairá, provavelmente, em edição “a custas próprias”.O conto “Noite de Colheita”, pelo qual o autor receberá 2.500 euros, foi assim avaliado pelo júri: “Um texto muito original que nos leva de surpresa em surpresa, num estilo aparentemente neutro, mas eficaz e subtil” em que se “destaca a perversidade natural de uma personagem que percorre os trilhos da indiferença até ao crime”.Na modalidade de Romance, o júri atribuiu uma menção honrosa a “Um eterno retorno”, de Rui Miguel Oliveira Hebron (2.000 euros), e na de Conto a “Aqui na terra”, de Jorge Manuel do Carlos Reis Sá (1.000 euros).Na edição deste ano, o Prémio Literário Alves Redol abriu pela primeira vez o leque de participações a originais em língua portuguesa de todas as proveniências.MIRANTE/LUSA

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