uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Leitores elegem Cristina Branco como Personalidade do Ano

Leitores elegem Cristina Branco como Personalidade do Ano

Votação terminou e a cantora de Almeirim ficou à frente de Rui Silva e Jorge Lacão

Pelo segundo ano consecutivo os leitores de O MIRANTE escolheram a Personalidade do ano. Este ano quem recebe o prémio é a cantora Cristina Branco.

Cristina Branco é a Personalidade do Ano. A escolha foi feita pelos leitores de O MIRANTE. Com a cantora de Almeirim tinham sido colocados para votação o atleta Rui Silva, que conquistou as medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e no Campeonato do Mundo de atletismo de Helsínquia (2005), e o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e presidente da Assembleia Municipal de Abrantes, Jorge Lacão.Apesar de já ter oito discos gravados, Cristina Branco só começou a ser conhecida em Portugal nos últimos anos. O álbum Ulisses, de 2005, pode ser considerado aquele que marcou definitivamente o encontro da cantora com o público português. O lançamento, em Novembro de 2006 do álbum ao vivo Live, com fados de Amália Rodrigues e um espectáculo no Centro Cultural de Belém no mesmo mês, confirmaram essa ligação.A carreira de Cristina Branco começa em 1997 na Holanda, pela mão do guitarrista Custódio Castelo. No ano seguinte sai o seu primeiro registo “Cristina Branco in Holland”, uma gravação ao vivo com uma edição muito pequena. O primeiro disco de estúdio sai em 1999 e chama-se “Murmúrios”. Recebe o prémio “Choc de l’Ánée du Monde de La Music” na categoria World Music, em França. O seu nome torna-se conhecido. Desde essa altura e até ao albúm Ulisses saem “Post-Scriptum”, “Cristina Branco canta Slauerhoff”, “Corpo Iluminado” e “Sensus”. Natural de Almeirim onde reside, Cristina Branco diz que não gosta de se sentir presa nem de ir na carneirada. Detesta a futilidade e adora o mar e a guitarra portuguesa. Por vezes chamam-lhe fadista mas são raros os fados que canta. Cristina Branco, cidadã do Mundo confessa que está sempre pronta a partir para onde a música a chama.“Eu gosto de vários géneros de música e nunca me impedi de os cantar. Mesmo no meu primeiro disco (Murmúrios) não cantei só fado. Aliás, cantei apenas um fado. E também nunca cantei fados tradicionais a não ser agora neste disco (Live) que é realmente uma homenagem à Amália. Eu já cantava, Zeca Afonso e Sérgio Godinho no primeiro álbum. Eu não gosto de ser catalogada. Agrada-me esta conversa à volta do que faço e não faço em termos artísticos. Gosto de gerar controvérsia”.Um disco de Amália Rodrigues, oferecido pelo avô, aproximou-a do fado. Cristina Branco tinha na altura 18 anos e não imaginava que quatro anos depois pisaria um palco pela primeira vez. Até então as únicas referências musicais que tinha eram dos grupos que estavam na moda. Ouvia U2 e Pink Floyd, mas também gostava de jazz, música francesa e brasileira. Da música portuguesa apenas conhecia os cantores de intervenção, como Zeca Afonso, Sérgio Godinho e Adriano Correia de Oliveira. A primeira vez de Cristina Branco foi em 1996, numa noite de fados em Benfica do Ribatejo, Almeirim, onde foi por insistência de uma amiga. Durante o espectáculo convidaram-na para cantar. Recusou, porque até então só tinha cantado na brincadeira, entre amigos, e porque de fado não sabia nada. Perante a insistência, impulsionada pelo “som das guitarras” subiu ao palco para cantar um bocadinho de uma cantiga dos Madredeus. “Os guitarristas não estavam familiarizados com aquele tipo de música e fiquei a meio”.Dez anos depois é uma artista consagrada e com personalidade que gosta de escolher os caminhos que trilha sem concessões. “Eu sou uma artista séria, não brinco às cantigas e não gosto que as pessoas encarem a minha música como uma pastilha elástica que se consome e deita fora. Em Portugal, na televisão, somos tratados assim, como um produto de consumo imediato onde não se regressa. Ir à televisão só porque vou ser vista por muitos milhares de pessoas não me interessa. Não tenho interesse nenhum em ser reconhecida na rua. O meu interesse é que as pessoas oiçam a minha música e que percebam o que eu ando aqui a fazer. Um dia destes ouvi uma rapariga dizer que tinha decidido cantar fado porque era o que estava a dar. Essa não é a minha atitude”.
Leitores elegem Cristina Branco como Personalidade do Ano

Mais Notícias

    A carregar...