O objectivo de aprender novas técnicas de defesa pessoal é determinante para levar dezoito pessoas a frequentar, em Alpiarça e Fazendas de Almeirim, aulas de Krav Maga, uma forma de enfrentar com determinação os perigos do dia a dia urbano, principalmente em caso de assaltos ou agressões.O Krav Maga é um sistema de combate corpo a corpo, baseado na distância curta. Foi desenvolvido para as forças militares e policiais israelitas mas rapidamente passou para a área civil como uma área de defesa pessoal urbana. As suas técnicas são do mais básico e elementar, permitindo que qualquer pessoa, independente do sexo ou da idade, possa aprendê-las e aplicá-las de forma rápida e precisa. Ensina a fazer uso, em caso de ataque, de todas as partes do seu corpo que se possam tornar em armas contundentes contra-atacando de modo eficaz e poderoso, procurando os pontos sensíveis do agressor.Embora exista uma diferença clara para as artes marciais tradicionais, o Krav Maga é já considerada uma arte marcial moderna para ser usada quando cada um sente necessidade de se defender em situações reais, explorando recursos e técnicas que quando convenientemente aprendidas se tornam muito eficazes.O ensino desta nova arte chegou agora ao distrito de Santarém pela mão de Paulo Azevedo, um sub-chefe da PSP, e instrutor aprovado pela Associação Portuguesa de Krav Maga, para quem a modalidade para além de ser uma arte de defesa pessoal, é também um óptimo meio de combater o stress a que se está sujeito no dia a dia. “Todos os dias sofremos pressões, quer no emprego quer no simples andar na rua, e aqui nas aulas podemos deitar cá para fora todo esse stress e aproveitar para manter uma melhor forma física”, garantiu.Paulo Azevedo trabalhou durante onze anos na zona problemática da Amadora, e por isso sabe bem o quanto é útil estar preparado para as agressões a que todos estão sujeitos no dia a dia, daí predispor-se a ajudar as pessoas a encontrar formas de se sentirem mais protegidas.O Krav Maga não é, pelo menos ainda, uma arte marcial e desportiva. E segundo Paulo Azevedo não se perspectiva uma passagem para a parte competitiva. “Não estamos perante uma arte marcial tradicional, não queremos partir para a competição, trabalhamos com o enquadramento de situações reais, como tentativas de assalto com ou sem armas, sempre na base de uma preparação para uma defesa do que possa acontecer no dia a dia”, explica.A aceitação das populações tem sido muito boa, Paulo Azevedo não tem podido satisfazer todos os pedidos de criação de núcleos de aprendizagem, mas aos poucos vai estabelecendo contactos e garante que o Krav Maga é uma modalidade com futuro.Para as oito pessoas presentes na sede da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro de Alpiarça, no dia em que O MIRANTE foi ver e saber o que é esta nova arte de defesa pessoal urbana, estar a aprender Krav Maga tem como objectivo precisamente adquirir um sentimento de maior segurança quando transitam na rua, principalmente em locais com maior risco.O treino pretende simular hipotéticas agressões, incluindo com armas brancas, e desenvolver nos praticantes capacidades para reagirem e contra-atacar o agressor.