De início eram apenas oito, agora, pouco mais de um ano depois, a secção de patinagem artística do Clube Desportivo de Torres Novas já tem quarenta patinadores e a tendência é para esse número continuar a aumentar. Embora tenha também um grupo de pessoas com mais idade, que faz patinagem de manutenção, é na formação que é feita a grande aposta dos responsáveis da nova secção.Tudo partiu de um desafio abraçado há um ano por três torrejanos que desenvolvem a sua actividade no Juventude Ouriense - o treinador Joaquim Lopes, a patinadora Inês Sousa e a seccionista Ana Lopes. “Organizámo-nos e começámos a trabalhar e crescer de uma forma que não pensámos que fosse possível. Foi uma aposta ganha”, garantiu ao nosso jornal esta última responsável, enquanto duas dezenas de crianças patinavam no piso dourado do Palácio dos Desportos.Foi aliás a necessidade de dispor de instalações para treinos e provas que levou os responsáveis a pedir a sua integração no Clube Desportivo de Torres Novas. “Actuámos durante a época passada como individuais mas este ano contámos com a abertura total da nova direcção do Desportivo para nos receber no seu seio. Continuamos a ser uma secção autónoma mas temos toda a colaboração dos responsáveis do clube”, explica Ana Lopes, acrescentando que a integração no Desportivo trouxe a grande vantagem de poder dispor das instalações do Palácio dos Desportos para treinos e provas, porque se trata de um dos clubes aceites como residentes pela câmara municipal. Segundo Ana Lopes, a secção é auto-suficiente, mas o nome do Clube Desportivo de Torres Novas é de capital importância para o desenvolvimento do trabalho que querem efectuar e também como veículo de publicidade porque o clube é conhecido a nível nacional.“Ficámos com condições óptimas para desenvolver o nosso trabalho em prol dos jovens do concelho”, garantiu o treinador, referindo que a idade dos jovens patinadores vai dos 3 aos 15 anos. Apesar de garantir que os frutos do seu trabalho não se vão ver rapidamente, Joaquim Lopes garante que tem matéria-prima para vir a ter a médio prazo um naipe de bons praticantes. “Um patinador não se faz em pouco tempo, leva sempre quatro ou cinco anos a fazer e acredito que da matéria-prima que aqui tenho vão sair alguns bons elementos, capazes de dignificar o clube e a cidade”, afirma o técnico.O entusiasmo da família Lopes não tem fim. Ana Lopes assume que a vontade de trabalhar é muito grande e promete que dentro de três anos Torres Novas terá um dos maiores clubes da região a praticar a vertente de patinagem artística. “Metemos na cabeça avançar com projectos arrojados e não descansaremos enquanto não os concretizarmos”, garantiu a dirigente ao mesmo tempo que chamava a atenção para o número de familiares dos jovens que estavam a assistir ao treino.Mas o entusiasmo que é bem visível em todos os componentes da secção, não passa só pela formação de atletas, vai também para a organização de provas, aproveitando as excelentes condições existentes na cidade. Para já vai ser organizado o primeiro torneio do clube, tendo já sido enviados convites a todos os clubes filiados na Associação de Patinagem do Ribatejo, torneio que irá contar com a presença de cerca de duas centenas de atletas e vai decorrer nos dias 8 e 9 de Abril.Antes vem a organização dos campeonatos distritais que se disputam nos dias 17 e 18 de Março. Mas a candidatura mais arrojada, que foi aceite, é a organização da Taça de Portugal, que foi entregue pela Federação Portuguesa de Patinagem. “Vamos apostar muito forte nesta organização, porque queremos ir mais longe e trazer para Torres Novas a Taça da Europa em 2008”, garantiu com entusiasmo Ana Lopes.O trabalho da secção começa a dar frutos em termos de projecção nacional. Prova disso é o recente convite para participar no 15º Festival de Patinagem Artística da Académica de Gondomar, um dos melhores clubes nacionais e mundiais da modalidade.