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Extensão de saúde de Carrazede encerra e deixa utentes sem médico de família

População admite levar a cabo acções de protesto caso a situação não seja resolvida

A médica que ali prestava serviço foi colocada na unidade de saúde familiar de Tomar, deixando sem consultas 1544 utentes, a maioria idosos.

Elvira Peres deu a última consulta no posto médico de Carrazede, concelho de Tomar, na quinta-feira, 28 de Dezembro, iniciando o ano já na unidade de saúde familiar do Centro de Saúde de Tomar, onde foi colocada. Mais de 1.500 utentes do posto entraram no novo ano sem médico de família. Uma situação que levantou um coro de protestos junto da população servida pela extensão.Em plenário realizado no sábado à tarde, o presidente da Junta de Freguesia de Paialvo, Custódio Ferreira (CDU) acompanhado do deputado comunista Miguel Tiago, fez o ponto da situação perante os moradores da freguesia e deu conta do resultado da reunião tida nessa semana com o director do Centro de Saúde de Santa Maria, Tomar. “A resposta que obtive é a de que não há médico de família para colocar aqui nos próximos tempos”, disse o presidente da junta, adiantando que a única alternativa aos utentes “é esperar”.“O director do centro de saúde (Urbano Figueiredo) disse-me que para já não tinha um médico para colocar cá e que a única alternativa é conseguir ‘desviar’ clínicos de outros postos médicos para virem aqui fazer umas horas por semana”, disse Custódio Ferreira, adiantando que no entanto nada é certo ainda. A O MIRANTE a direcção do Centro de Saúde de Tomar disse reconhecer o problema, admitindo não ser fácil resolver a questão. Uma questão que, de acordo com a Sub-Região de Saúde de Santarém, é da competência do Centro de Saúde de Tomar.Porque “a saúde é um bem de todos e tem de estar ao alcance de todos” o presidente da junta de freguesia incitou a população a manifestar publicamente o seu desagrado pela situação gerada. Visivelmente irritado com a questão, Custódio Ferreira adiantou estar disponível para apoiar o povo em tudo o que ele decidir fazer, nomeadamente “fazer barulho” junto à câmara e ao Centro de Saúde de Tomar. O autarca também não descarta a hipótese de agudizar as formas de luta, se isso resultar num bem para a população que o elegeu.Os mais de 1.500 utentes da extensão de saúde, muitos de idade avançada, não se conformam com a situação e dizem que são os actos e não as palavras que vão fazer com que volte a haver um médico. “Se for preciso cortamos estradas e até a linha (ferroviária) do norte”, referiu um idoso ao nosso jornal. Os utentes queixam-se que, a partir de agora, sempre que precisarem de uma receita ou de uma consulta terem de se deslocar a Tomar, com os incómodos que a situação acarreta. “Tenho de pagar a deslocação e ser vista por um médico que nada sabe da minha história clínica”, diz outro utente.

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