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Queriam registar casa que lhes foi emprestada

Depois, existem os casos que espantam pela ousadia. “Um dia fui procurado por duas velhotas com cerca de 80 anos”, conta o ex-provedor. As duas irmãs vinham pedir ajuda para registar a casa onde habitavam e que era propriedade da paróquia local. Alegavam que o padre havia doado a habitação, há longos anos, ao marido de uma delas. Maximino Chaves desconfiou, já que não tinham qualquer prova dessa doação. Depois de muito insistir sobre a verdade do que era dito, uma das senhoras lá acabou por mostrar a declaração escrita não de uma doação, mas de um empréstimo feito pelo padre à família que naqueles anos longínquos, vivia em dificuldades. Dizia-se na declaração que “o pároco…, emprestei esta casa a título gracioso, por carências… “. Indignado, o provedor municipal contestou a intenção das duas senhoras que desanimadas, lamentaram o facto de lhe terem mostrado o documento e defenderam o direito à posse da casa por ali viverem há tantos anos. Então, o padre tinha emprestado a casa para ajudar uma família carenciada e a paga era ficar sem ela, agora que as dificuldades da família já tinham passado. “Um abuso”, na opinião do ex-provedor que sublinha “a verdade é sempre relativa. Cada pessoa tem a sua”. E cabia ao provedor ouvir todas as verdades e conseguir consensos – “colocarem-me um problema, era transferir para mim uma preocupação!”.

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