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Imperturbável Manuel Serra d’Aire

Mais um 10 de Junho e mais uma repetição da flagrante injustiça que os sucessivos Presidentes da República têm praticado anualmente. Acho que já merecíamos uma medalhita, uma comenda ou qualquer quinquilharia do género. Agora que já estamos em plena idade das tromboses e já temos cabelos brancos, um título desses assenta que nem uma luva. Um gajo ser tratado por senhor comendador dá um sainete do caraças e deixa muita gente de monco caído, roidinha de inveja. Os mais distraídos podem perguntar o que é que nós fizemos de especial para sermos consagrados no grande palco do 10 de Junho. A verdade é que não fizemos nada de especial. Desancámos nalguns políticos (menos se calhar do que mereciam), mandámos uns piropos a gajas boas (e talvez também a algumas menos boas), discutimos futebol, enfim, não fizemos mal a ninguém. O que neste país, só por si, já devia ser motivo de gratificação. Limitassem-se as nossas elites de fancaria a essas actividades desenxabidas e este país estava muito melhor.Infelizmente os nossos políticos e decisores adoram tomar medidas, deixar o seu cunho na governação, convencidos que são uns predestinados. E depois é que se vê. Se o país estivesse em autogestão duvido que estivesse pior. Portanto, caro Presidente da República, se ao longo destes anos têm sido medalhados tantos incompetentes e grunhos que se democratize a coisa. Senão, fica já avisado que vou recorrer ao ex-presidente da Câmara de Santarém José Miguel Noras para ele me arranjar uma daquelas comendas lá do Brasil com que já foi condecorada uma resma de políticos cá da zona.Não sei se o deputado do PSD Miguel Relvas já foi condecorado, mas tenho de reconhecer que o trabalho que tem feito para manter acesa a contestação ao aeroporto na Ota merecia qualquer coisa. No mínimo um daqueles brindes dos ovos Kinder surpresa. É raro o dia em que o também presidente da Assembleia Municipal de Tomar não bota sentença sobre o assunto. E faz muito bem. Está-se a desforrar agora do que não disse há uns aninhos, quando o seu partido aprovou a localização. Mais vale tarde que nunca e já dizia o poeta: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…Tenho também de deixar uma palavra de solidariedade sindical para os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira que levaram tão a peito a greve geral de 30 de Maio que decidiram faltar à reunião de câmara desse dia. Confesso que nunca me tinha apercebido que os políticos também podiam e deviam fazer greve. Estava mesmo convencido que eram eleitos para representar a população do concelho defender os seus interesses e não os ditames de uma qualquer central sindical. O que prova que se a ingenuidade pagasse imposto eu estava feito ao bife. Também fiquei surpreendido com a notícia que os barcos de mastro elevado não vão conseguir passar por debaixo da nova ponte entre Benavente e Carregado. Uma palavra de conforto para os menos abonados: o tamanho pode ter a sua importância, mas quando é demasiado avantajado também pode causar problemas. Veja-se o caso dessas pobres embarcações que vão ter de cortar um bocado do mastro se quiserem navegar Tejo acima Tejo abaixo. Há coisas que não se fazem…Saudações marinheiras do Serafim das Neves

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