A Feira Nacional da Agricultura vai apostar mais na mostra, prova e venda de produtos, procurando atrair os consumidores, mantendo a vertente técnica especializada, com seminários que tiveram este ano elevada participação dos agricultores. Num balanço da 44ª Feira Nacional da Agricultura/54ª Feira do Ribatejo (FNA/FR), que terminou domingo, João Machado, presidente do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (Cnema), fez uma apreciação muito positiva das iniciativas realizadas no certame vocacionadas para a mostra e degustação de produtos, com vendas que deixaram os expositores satisfeitos.Apontando o exemplo das feiras agrícolas que se realizam em toda a Europa, "completamente viradas para os consumidores", João Machado, que é igualmente presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP, principal accionista do Cnema), disse que esse vai ser o percurso futuro da FNA/FR. Realçou ainda o "sucesso" que constituíram os seminários técnicos realizados durante o certame, com duas ou mais iniciativas temáticas diárias, e que provaram captar o interesse dos agricultores. Em cinco dos nove dias que dura a feira, realizaram-se 16 seminários e workshops, este ano com destaque para os biocombustíveis e as oportunidades que esta energia alternativa oferece aos agricultores nacionais, que tiveram a participação de 1.800 pessoas.A 44ªFNA/54ªFR contou com a presença de 364 expositores, 55 dos quais participaram no VI Festival Nacional do Vinho e 18 no I Salão Nacional do Azeite, uma das novidades do certame com destaque para o concurso que premiou os melhores azeites nacionais. Segundo o presidente do Cnema, as iniciativas que associaram a gastronomia ao vinho e ao azeite revelaram-se "muito oportunas" e são para estender a outros produtos em futuras edições.João Machado realçou ainda o aumento dos campos experimentais, que permitiu aos agricultores o contacto com um maior número de culturas. Quanto ao número de visitantes, Luís Mira, administrador do Cnema, admitiu uma redução em relação a anos anteriores, o que atribuiu em parte (sobretudo à noite) à "concorrência" provocada pela "feira paralela", gratuita, que a Câmara de Santarém realizou no planalto da cidade.