Novas estações de tratamento de esgotos em Almeirim para evitar poluição da vala
Vereador Pedro Ribeiro fala da aposta no ambiente no concelho
O vereador e vice-presidente da Câmara de Almeirim diz nesta entrevista que o ambiente é a sua aposta e que está a preparar novos projectos para dar mais qualidade de vida à cidade e ao concelho. Uma das ideias é promover a recolha de óleos alimentares.
A aposta que tem havido no ambiente é uma questão de motivação pessoal ou uma estratégia do município?É as duas coisas. Foi sendo criada uma série de infra-estruturas nos últimos tempos, como o aterro sanitário, que deu possibilidade à câmara de tratar mais a sério as questões dos lixos e da reciclagem. Mas é claro que também tenho um gosto particular por esta área. Mas o ambiente nem sempre é uma prioridade dos municípios…Hoje as questões ambientais estão longe de serem coisas laterais, mas sim de sobrevivência do planeta. Já tivemos a fase de fazer estradas, rotundas, equipamentos desportivos e culturais e agora as câmaras têm que se virar para as questões da qualidade de vida das populações, que passam por um melhor ambiente. Estas iniciativas ligadas ao ambiente são para ganhar votos?As pessoas movem-se por convicções e o ambiente é a minha convicção. Estou convencido há muito tempo que se não cuidarmos do ambiente corremos o risco sério de deixarmos de existir um dia destes. E os resultados poderão vir a ser palpáveis.Por exemplo?Antes da introdução da “Camioneta do Monstros” (recolha gratuita de monos) as pessoas deixavam os colchões, máquinas de lavar e cartão junto aos contentores. Além do impacto visual que causavam esses materiais acabavam por ir para aterro. Hoje muitos vão para reciclagem. A câmara gastou cinco mil euros em mini-ecopontos para distribuir aos munícipes. Acredita que esta acção vai ter algum efeito?Não tenho dúvidas que vai passar a haver mais gente a fazer a separação dos lixos. É difícil fazer passar as ideias num executivo que muitas vezes tem outras preocupações onde gastar o dinheiro?Com uma parte do executivo tem sido fácil, com uma referência especial ao presidente da câmara que tem sido sensível a estas questões.Apesar das acções de sensibilização ainda há coisas que estão longe de se resolverem, como o lixo deixado nos pinhais, à beira das estradas…Mas também há algumas situações que conseguimos resolver. Uma empresa do concelho despejava plásticos nos contentores. Identificámos a situação e falámos com as pessoas, dizendo-lhes que a situação não podia continuar. Em conjunto arranjámos uma solução em que a empresa vai colocar os resíduos na central de triagem da Chamusca. Nos pinhais o principal problema prende-se com os entulhos para os quais não há uma resposta, mas estamos a tentar encontrar uma solução. Não se sente frustrado pelo facto da requalificação da vala de Alpiarça não estar a servir para nada neste momento?A vala precisa de ter gente, nomeadamente com uma utilização ao nível da pesca. E, assim, se houver descargas poluentes mais facilmente podem ser detectadas. Os problemas de poluição que já tivemos não partem do concelho de Almeirim e isso está assumido. Mas para haver gente à pesca é precisa mais água na vala, também para poder ser usada para aquilo que foi feita, que foi para as regas agrícolas. Para isso é necessário fazer uma ligação ao Tejo na zona de Alpiarça cujo estudo está a ser desenvolvido.Quanto à poluição ,o que é que a câmara tem feito para a controlar?Garantimos que as descargas não são na nossa área. E a partir do momento que há descargas a situação torna-se um caso de polícia e as autoridades competentes têm que investigar. Temos um protocolo com a associação de marinheiros do concelho de Almeirim que tem mantido o curso de água em condições bastante boas. Temos vindo também a investir em novas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). A Tapada já tem uma a funcionar e a Azeitada vai ter uma a funcionar este mês. Vamos também fazer o saneamento básico que falta em Paço dos Negros. As ETAR não resolvem tudo. Os óleos alimentares são altamente poluentes e de difícil tratamento nas estações…Começamos a desenvolver alguns contactos e entretanto percebemos que a Resiurb (Associação de Municípios para o Tratamento de Resíduos Sólidos) também estava a trabalhar num projecto de recolha de óleos com a distribuição de recipientes próprios para a sua recolha para reciclagem. Até Setembro espero que o projecto esteja a funcionar. Se a Resiurb não avançar, o município de Almeirim vai implementar o seu sistema. A câmara tem enviado notificações com fotografias aos munícipes que têm maus comportamentos na deposição de materiais nos contentores. Já foi alguém multado?Ainda não. Temos actuado sobretudo pela sensibilização. E desde que se começou a falar no assunto que os abusos começaram a ser muito esporádicos. O primeiro objectivo não é a multa é a pedagogia e ainda não sentimos a necessidade de aplicar coimas. Quando falamos com as pessoas reparamos que algumas têm maus comportamentos por desconhecerem onde podem entregar as caixas de cartão, os plásticos de grande dimensão… Mas começaremos a aplicar coimas referentes a publicidade selvagem em caixas técnicas (electricidade, televisão por cabo…) que podem ir de dez euros a 100 euros. Quais são os próximos projectos na área do ambiente?Vamos começar este mês a fazer a lavagem regular dos contentores de lixo doméstico com uma máquina que a câmara adquiriu. Até agora esta limpeza era feita por uma empresa uma vez por ano. Pretendemos também instalar contentores subterrâneos de grandes dimensões, de 20 metros cúbicos, e o primeiro, a título experimental, vai ser instalado na urbanização Quinta de S. Miguel.
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