“Graças a Deus” é uma expressão que lhe sai com frequência da boca. De um “católico convicto”, como se confessa, não é de estranhar. Paulino Coelho é um homem de fortes paixões e convicções. “Bem casado há quase 16 anos”, pai de dois filhos com 9 e 11 anos, o António Maria e o José Maria, nasceu em Cantanhede mas veio para Santarém com cinco anos. Foi aí que casou, “na Igreja da Graça pelo padre Borges”, e classifica a cidade como o seu refúgio. Agrada-lhe particularmente passar o tempo no pequeno casal que os pais têm na freguesia da Várzea, um abrigo campestre onde gosta de descomprimir ao fim de semana.Fumador inveterado e de uma boa disposição contagiante tem no Sporting Clube de Portugal outra das suas paixões. O fervor clubístico é tal que em 2000 ficou sem voz quando os leões ganharam o campeonato nacional de futebol ao fim de 18 anos. Por coincidência, no dia seguinte à conquista devia estrear o novo programa da manhã da Renascença, que havia sido preparado em segredo. “Fiquei sem voz por causa de um edema. Estive de baixa uma semana. Levei cortisona e não me fez nada. Foi emocional. Voltou-me a acontecer no Portugal-Inglaterra do Euro 2004. Estava em casa, não abri a boca e fiz um edema do tamanho de uma azeitona”. Há poucas semanas a alegria com que comemorou a conquista da Taça de Portugal levou-o à noite até ao estádio de Alvalade em mangas da camisa. Na segunda-feira estava novamente rouco, desta vez por causa de uma laringite.Apesar de gostar muito de futebol e de ter feiro relatos radiofónicos nunca teve jeito para jogar à bola. Andou no basket na Académica de Santarém “mas só por brincadeira”. Tal como no badmington. “Nunca fiz nenhum desporto que levasse a sério”, diz quem gosta de brincar com os seus quilitos a mais. Na política também nunca teve grande envolvimento, embora confesse ter ideais de direita. A primeira experiência foi na campanha de Sá Carneiro no tempo da Aliança Democrática. Na altura era filiado na Juventude Centrista. Hoje não milita em nenhum partido.