Os eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira repudiaram aquilo que consideram uma “atitude abusiva e autoritária do executivo da freguesia do Forte da Casa”, no caso da cedência de instalações para o debate da associação cívica “Os Amigos do Forte”, que O MIRANTE noticiou na edição anterior. Num comunicado enviado para as redacções, os eleitos comunistas rejeitam a justificação apresentada pelo presidente da junta, António José Inácio (PS), por consideraram que “o executivo não pode condicionar os direitos democráticos de qualquer cidadão que se sinta injustiçado de recorrer à justiça e mediante esta situação recorrer a represálias e decisões de abuso de poder, esquecendo que os bens e instalações das autarquias enquanto espaço público devem estar sempre ao dispor da população, quando usados devidamente”.Na última sessão da assembleia municipal, após o deputado do Bloco de Esquerda, Carlos Patrão, ter apresentado uma moção de condenação da atitude de António José Inácio, a bancada do PS apresentou um requerimento para que a moção não fosse votada, acabando o requerimento por ter sido aprovado com os votos da maioria socialista. No comunicado, os eleitos comunistas condenam este episódio, considerando que foi aberto um grave precedente, “estando criadas as condições para que nas próximas sessões, aquando da discussão de assuntos que se tornem incómodos ou desagradáveis, o PS repita tal atitude, impedindo a sua discussão e posterior aprovação”.Para além disso, a CDU alega ainda que o requerimento apresentado pelo PS está “revestido de ilegalidade”, uma vez que, segundo os comunistas, foi apresentado fora de tempo, “após a moção ter sido tacitamente aceite para discussão”. “São actos destes tipo quero, posso e mando, praticados por um partido que frequentemente se auto-intitula de esquerda, que a democracia, liberdade de expressão e direitos dos cidadãos são sistematicamente postos em causa e mesmo retirados, situação que os eleitos da CDU lamentam e condenam”, conclui o comunicado.