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Uma prova das Arábias na charneca ribatejana

Uma prova das Arábias na charneca ribatejana

Campeonato Europeu de Resistência em Samora Correia

Os luxos e as mordomias dos cavaleiros e convidados árabes conferiram um enorme aparato à organização do evento que contou com representações de 25 países.

Mubarak Khalifa, dos Emirados Árabes Unidos venceu o Campeonato Europeu de Resistência Equestre e o Challenge Qatar que decorreram no sábado na charneca de Samora Correia e de Alcochete. A França venceu por equipas e Portugal ficou no quarto lugar, a 15 minutos da medalha de bronze.Cada um dos cavaleiros da selecção vencedora recebeu cinco mil euros de prémio, tanto como o vencedor absoluto. Uma “ninharia”, se considerarmos as verbas envolvidas na competição. Só o aluguer de uma tenda luxuosa para receber os convidados do xeque do Dubai na Barroca de Alva custou 500 mil euros. As casas de banho custaram 10 mil euros por dia. Segundo o responsável pela montagem da tenda, “o cliente depositou total confiança na empresa e não discutiu o preço”.A prova com 160 quilómetros percorridos em mais de 10 horas reuniu 125 cavaleiros de 25 países. O destaque foi para os cavaleiros das arábias com cavalos avaliados acima dos 250 mil euros. O xeque do Dubai e os seus quatro filhos deslocaram-se em aviões particulares e trouxeram mais de duas dezenas de carros de luxo para transportar os convidados no percurso entre o Hotel Ritz e os locais das provas. A competição foi transmitida em directo para várias televisões, incluindo a Al Jazira, o canal Sport do Dubai, a Eurosport e a portuguesa TVI.Sábado, 17h00, o filho do xeque do Dubai Al Maktoum atravessa a EN 118 (Porto Alto-Alcochete), junto a Catapereiro. A GNR interrompe a circulação um minutos antes da chegada do cavaleiro que tem um batalhão de mais de vinte colaboradores à sua espera. Enquanto alguns molham o cavalo, outros apaparicam o cavaleiro de pele negra e que fala em inglês. O jovem e o cavalo seguem em direcção a Braço de Prata para a última contagem acompanhados de um homem que corre ao ritmo do galope do cavalo para garantir a segurança do cavaleiro.Na véspera da prova, uma equipa de especialistas em explosivos passou a pente fino todo o percurso da prova e a zona onde iriam circular os cavaleiros e convidados dos países árabes. Não se registou qualquer incidente para além de três furtos a viaturas na quinta-feira, enquanto decorria uma gala equestre (ver texto nesta edição).O vice-presidente da Federação Equestre Portuguesa, Paulo Branco, responsável pela produção do evento desvalorizou este incidente e considerou que a organização foi um êxito.O produtor de cinema considera que foi “uma oportunidade única para o aproveitamento das potencialidades turísticas de Portugal”.Segundo Paulo Branco, ficou evidenciado que Portugal tem capacidade organizativa, condições climatéricas favoráveis e espaços privilegiados para a resistência equestre muito perto de Lisboa. Portugal falhou o pódioA Selecção de Portugal esteve perto de conseguir o terceiro lugar na classificação colectiva, mas a medalha de bronze acabou por ser conquistada pela Suiça. A desclassificação de um dos quatro corredores oficias da equipa portuguesa, obrigou os restantes a abrandarem o ritmo, para não correrem o risco de serem, também, desclassificados. No campeonato da Europa, a França venceu, também, em termos individuais na competição de Resistência Equestre, com Jean Phillipe France a cotar-se como melhor europeu. O cavaleiro gaulês obteve o segundo lugar absoluto logo a seguir a Mubarak Khalifa Al Shafya, dos Emirados Árabes Unidos. O cavalo francês Hanaba Du Bois, de Jean Phillippe Frances, que conquistou o título europeu (segundo lugar absoluto), foi eleito como tendo a melhor condição física.Cavaleiros e responsáveis de várias delegações confessaram a O MIRANTE que ficaram maravilhados com as condições do percurso e toda a envolvente. Centenas de pessoas assistiram à competição nos troços de acesso ao público. Para além da componente desportiva, os comentários foram invariavelmente para as mordomias árabes. “Enquanto os árabes têm carros de luxo e dezenas de empregados, os nossos têm carrinhas de apoio e os familiares e amigos a darem-lhe apoio”, enfatizou João Oliveira.
Uma prova das Arábias na charneca ribatejana

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