O presidente da Câmara de Constância, António Mendes (CDU), não ficou surpreendido pelo facto de o seu concelho ser um dos que não tem verbas previstas no Plano de Investimento de Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2008. “Já estamos habituados a ser mal tratados”, diz o autarca, lamentando que projectos com muitos anos, com candidaturas entregues nos respectivos ministérios, continuem por executar por falta de financiamento estatal.É o caso da remodelação do quartel dos bombeiros da secção de Santa Margarida e do centro de dia de Montalvo. “Não deixa de ser frustrante e angustiante que por um lado reconheçam a importância dos bombeiros voluntários mas por outro ignorem as condições em que vivem aqueles homens e mulheres durante todo o ano”, considera António Mendes, acrescentando que a Associação Humanitária de Montalvo também espera há quase 20 anos pela concretização do centro de dia da localidade. “Podia falar em mais projectos, mas como estamos em contenção falo só nestes dois”, conclui.Também sem surpresa, mas com menos críticas, é como o presidente da Câmara de Almeirim recebe a notícia de que não há verbas do PIDDAC para o seu concelho em 2008. “Não atribuo importância a esse facto” diz José Sousa Gomes (PS), acrescentando que essa “já era questão assente” pois não há grandes obras previstas para se iniciarem no próximo ano da responsabilidade da administração central. “As verbas para o tribunal já se sabia que não viriam agora. E o IC3 tem o estudo de impacte ambiental em fase de discussão pública e não terá impacto em 2008”, explica o autarca.O presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes (PS), refere igualmente que não tinha qualquer expectativa para o concelho em relação a verbas do PIDDAC para 2008. Ainda assim reconhece que investimentos na construção do pavilhão desportivo na escola secundária e a comparticipação pública na construção do novo quartel dos bombeiros municipais, que estão pendentes há vários anos, são pontos que espera ver inscritos para 2009. Já em Mação não faltam projectos que pudessem entrar em obra já em 2008. O problema continua a ser a falta de verbas. “Já no ano passado o PIDDAC foi praticamente zero. E este é mais um ano em que não podemos contar com investimento público. Só posso lamentar”, diz o presidente da câmara, Saldanha Rocha (PSD). A variante a Envendos é essencial para a melhoria das acessibilidades naquela zona interior. O novo quartel dos bombeiros também já tem projecto, terreno “e todas as aprovações necessárias”.Saldanha Rocha esperava melhores notícias este ano, designadamente quanto à variante de Envendos, embora compreenda que “o país vive uma situação difícil em que tem de haver contenção e muito rigor”. De qualquer forma, diz, o facto de o seu concelho ficar a zero é classificado por ele como “uma grande penalização”.O MIRANTE quis igualmente obter uma reacção do presidente da Câmara do Sardoal, Fernando Moleirinho (PSD), cujo município não tem igualmente verbas do PIDDAC inscritas para 2008. As várias tentativas de contacto resultaram infrutíferas.