uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

José Miguel Noras lidera concelhia socialista de Santarém desvalorizando o passado

A lista única agora sufragada é uma federação de tendências que visa unir o partido
José Miguel Noras foi eleito presidente da Comissão Política Concelhia de Santarém do PS à frente de uma lista única que congrega várias facções. O ex-presidente da Câmara de Santarém e actual vereador na autarquia de Lamego registou 116 votos a favor e 13 brancos.O autarca, que em 2001 foi preterido pela concelhia como recandidato à liderança da Câmara de Santarém em detrimento de Rui Barreiro, integrou na sua lista elementos da vereação que lhe sucedeu à frente da autarquia e que teceu fortes críticas à sua gestão. Da lista fazem parte também alguns dos nomes que estiveram com ele em 2001, numa altura em que chegou a ponderar liderar uma lista independente para concorrer às eleições autárquicas.Na apresentação da sua candidatura, Noras desvalorizou as quezílias do passado, dizendo que o tempo é de juntar pedras e não de as atirar. Na federação de tendências que é a sua lista ressaltam alguns dos militantes mais próximos do seu rival de 2001, Rui Barreiro. Casos dos vereadores Manuel Afonso e Joaquim Neto, ou de José Luís Cruz, Sandra Vitorino e António Rebelo que integraram a equipa que trabalhou com Barreiro na câmara. Rui Barreiro não integra a lista e em declarações à Agência Lusa afirmou ter sido igualmente convidado para avançar com uma candidatura à concelhia, tendo rejeitado a proposta por considerar que o partido precisa de se renovar. Uma renovação que, no seu entender, não passa também por José Miguel Noras.De um total de centena e meia de militantes com as quotas em dia, cerca de metade da totalidade de militantes da concelhia, a percentagem de votação foi de "quase 80 por cento". Noras diz que está pronto para "partir para a luta", num "trabalho aturado para preparar as candidaturas às freguesias e, daí, o terreno para os candidatos à câmara e à assembleia municipal" para as autárquicas de 2009. Candidaturas das quais não se exclui, embora tenha lembrado que não é tradição do partido apresentar como candidato à presidência da câmara o líder da concelhia.José Miguel Noras começou a perder preponderância no PS escalabitano em 2001, quando Rui Barreiro aproveitou as hesitações de Noras em se recandidatar à câmara para manifestar a sua intenção de ser candidato. Na luta interna, Barreiro levou a melhor e Noras teve de se contentar com a candidatura à assembleia municipal. As clivagens no interior do PS acentuaram-se nos primeiros meses de mandato de Rui Barreiro, após este criticar publicamente, de forma contundente, a anterior gestão do município. Falou em “herança pesada” e disse que “se a Câmara de Santarém fosse uma empresa estaria tecnicamente falida”. Declarações que tiveram ampla repercussão na comunicação social.Por essa altura, a gestão de Noras é também associada ao desaparecimento de algum património da autarquia, nomeadamente relógios e moedas. Mais uma vez, alguma comunicação social dá ampla difusão a essas insinuações, apesar de Noras sempre ter negado qualquer irregularidade. Essas notícias e as conclusões de uma auditoria aos últimos anos da gestão de Noras – encomendada por Rui Barreiro - estarão na base da investigação que a Polícia Judiciária tem em curso e que levou a uma busca recente em casa do novo líder da concelhia socialista.A partir de 2002 José Miguel Noras afastou-se da vida partidária local e dedicou-se aos negócios, embora mantendo o cargo de presidente da assembleia municipal. Em 2005 aceita ser candidato a vereador do PS na Câmara de Lamego, cidade onde ia com regularidade no âmbito das suas funções na Associação Nacional de Municípios com Centro Histórico. Agora regressa à política activa em Santarém para tentar levar os socialistas de regresso às vitórias.

Mais Notícias

    A carregar...