Vasco Cunha foi reeleito sexta-feira presidente da comissão política distrital de Santarém do PSD, nas primeiras eleições em que apareceram duas listas a sufrágio. O actual deputado à Assembleia da República e eleito da Assembleia Municipal do Cartaxo derrotou João Moura, vereador da Câmara de Ourém, por 971 votos contra 693. A distância que separou Vasco Cunha do seu adversário resultou em grande parte dos resultados expressivos obtidos nas concelhias de Santarém (166 votos contra 91 de João Moura), Cartaxo (82-6), Tomar (81-35), Torres Novas (74-29), Rio Maior (66-26) e Ferreira do Zêzere (45-0).Por seu lado, João Moura conseguiu vencer em sete concelhias, destacando-se a de Ourém, de onde é oriundo e a que tem mais militantes, onde obteve 226 votos, contra 174 votos de Vasco Cunha. O que denota que, apesar do apoio recebido do presidente da concelhia e da câmara locais, o seu nome está longe de ser consensual. Moura ganhou ainda em Salvaterra de Magos (13 votos contra 7 de Cunha), Alpiarça (12-11), Coruche (28-9), Chamusca (58-5), Abrantes (66-36) e Entroncamento (59-52).A vitória de Vasco Cunha representa uma linha de continuidade no partido, com os também deputados Miguel Relvas e Mário Albuquerque a serem reeleitos, respectivamente, para a liderança da mesa da assembleia distrital e do conselho de jurisdição. Teve ainda do seu lado a maior parte dos presidentes de câmara eleitos pelo partido, com excepção do líder da Câmara de Ourém, David Catarino, que apoiou o seu vereador.A campanha eleitoral ficou marcada pela troca de cartas desencadeada pelo presidente da Câmara de Santarém, o independente eleito pelo PSD Francisco Moita Flores, que criticou de forma cáustica o manifesto eleitoral de João Moura acusando-o de não ter ideias. Moura respondeu à letra dizendo que o escrito inicial do autarca de Santarém era "um mau contributo para a discussão de ideias e projectos". E, entre outras críticas, acusava Moita de "pessoalizar o seu ataque, não contribuindo com uma única ideia positiva e construtiva para o futuro do distrito". As eleições foram espoletadas pela demissão de Vasco Cunha na sequência das eleições para a presidência nacional do partido que levaram à vitória de Luís Filipe Menezes. Vasco Cunha tinha apoiado o candidato derrotado Marques Mendes e decidiu colocar o lugar à disposição e apresentar-se a eleições como forma de legitimar e reforçar a sua liderança. Aproveitou ainda para acertar as eleições internas com o calendário eleitoral. O actual mandato expira no final de 2009, ano em que se realizam eleições autárquicas e legislativas. É esta nova direcção que vai tutelar a escolha de candidatos.Vasco Cunha vai ter como vice-presidentes nos próximos dois anos Octávio Oliveira (Torres Novas) e Ricardo Gonçalves (Santarém). O tesoureiro será António Campos (Santarém). Como vogais efectivos surgem Ana Cláudia Coelho (Alcanena), Carina Oliveira (Ourém), Carlos Carrão (Tomar), Isaura Morais (Rio Maior),José Saldanha Rocha (Mação), Luís Ribeiro Pereira (Ferreira Zêzere), Manuel Nunes (Salvaterra de Magos) e Miguel Alves (Sardoal)Vasco Cunha diz que os resultados vão de encontro à expectativa que tinha. “Sinto-me satisfeito com este resultado, porque foi dada a possibilidade a todos os militantes do PSD no distrito de Santarém para se pronunciarem sobre o rumo traçámos e, simultaneamente, sobre os protagonistas que apresentámos para dirigir o partido”. O líder reeleito vê os resultados como um “voto de confiança que tem um duplo significado”. Por um lado, “ficámos mandatados para assumir este tempo novo que resultou da eleição do novo líder do PSD, Luís Filipe Menezes. Por outro lado, para iniciar a preparação dos desafios eleitorais de 2009, com especial destaque para as eleições autárquicas”.