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Concerto do padre Borga em Santarém com meia casa

Concerto do padre Borga em Santarém com meia casa

Digressão passou pelo Cnema e acaba a 23 de Março no Entroncamento
São 15h30 de domingo, um dia de sol reluzente. Ao grande auditório do Centro Nacional de Exposições (Cnema) chegam centenas de pessoas. Esmagadoramente mulheres, e dessas, uma boa parte já para lá da chamada meia-idade. O dia convida a outros passeios. Mas o motivo de tal romaria é o concerto do padre José Luís Borga marcado para as quatro da tarde. O padre cantor passa na capital do Ribatejo em mais um concerto solidário que, durante a Quaresma, percorre dez cidades do país. A digressão intitula-se “Cantar e/por ser Solidário”. As receitas são distribuídas por instituições, organizações de solidariedade social e a paróquias.No grande auditório uma centena de pessoas já ocupa parte das cadeiras vermelhas. Acomoda-se de preferência nos lugares da frente. As entradas custam dez euros. Assim que se passa para dentro do recinto há uma banca para promoção e venda do livro do protagonista da tarde – “Diálogos com o Padre Borga”. O suplemento Família Cristã é distribuído a todos e vai tornar-se útil durante o concerto.Falta pouco para a hora da música. Marina e Maria de Fátima Gomes, filha e mãe, vêm de Perofilho, arredores de Santarém, acompanhadas de três vizinhas. Nunca viram o padre Borga actuar ao vivo e não perdem a oportunidade. Católicas convictas, chegam com uma hora de antecedência para garantir os lugares dianteiros. E lá estão. “Hoje trabalhei de manhã para poder estar aqui à tarde”, diz Marina. A mãe, Maria, reconhece ser fã do padre que vê na televisão, “da sua maneira de estar, de falar e cantar”.Quase em cima da hora do concerto entra o presidente da Junta da Moçarria (Santarém) com a esposa e duas vizinhas. “Troquei uma inauguração em S. Vicente do Paul pelo concerto” esclarece o comunista Carlos Beja. Um católico “não muito praticante” que na tarde de domingo preferiu deixar a política de lado.Seis minutos depois da hora é anunciado o início do espectáculo. Nessa altura já algumas centenas de pessoas ocupam os lugares. José Luís Borga e os seus músicos ocupam o palco. Soam em fundo acordes da música mais conhecida do padre cantor mas apenas para causar ambiente. José Luís Borga senta-se no banco e agarra na viola. Constata que a plateia tem uma grande maioria de pessoas da capital do Ribatejo e agradece a sua presença. Introduz a primeira música e atira graças para estimular o público. “Há quem cante para o boneco. Um padre canta para o bispo?”, questiona.Seguem-se as músicas “Cantar é rezar duas vezes” e “O Caminho”. Parte do público acompanha o cantor nos refrões que estão em quatro páginas do suplemento distribuído. Outros batem palmas. Passam 50 minutos de concerto e José Luís Borga bebe água de uma garrafa colocada no chão. Recomeça as músicas com “Nesse Olhar”, mais animada e a fazer lembrar o estilo rock dos anos 60 e 70.Já com a canção “Quero a paz” o padre Borga pôs todo o público a fazer coreografias com os braços, ao som de um engraçado “ohohoho, nanananana”. Justifica a gracejar que “quem paga dez euros de entrada vai ali para trabalhar”.O concerto já vai longo. A música “Timoneiro” é interpretada por Dominique Ventura, músico das percussões, guitarra e voz. José Luís Borga apresenta os restantes elementos no palco. João Mendes no baixo, João Madeira nas teclas, Tiago Ramos na bateria e Miguel Carreira na guitarra.Digressão acaba no EntroncamentoNão falta tempo ao cantor para divulgar o blog que faz a promoção da campanha de música solidária em www.csolidario.blogspot.com e lembrar os locais que ainda faltam até chegar ao Entroncamento no domingo e Páscoa, 23 de Março: Portalegre, Guarda, Coimbra, Setúbal, Lisboa, Barcelos, Mirandela e Porto. O Padre Borga não esquece referências aos colegas presentes entre o público, os padres Cândido, Borges, Vieira e Ganhão.Antes dos acordes finais a conversa não é alheia a quem patrocina a touneé e suporta os custos. Sem faltar o marketing necessário ao seu livro e discografia completa, à venda no auditório, a cargo do irmão gémeo Luís Manuel Borga. Seguem-se as músicas “O Viajante” e “Kumbaya”, antes de entoar “Põe tua mão na mão do meu senhor da Galileia…” que põe o público de pé a cantar. Passaram quase duas horas de concerto e José Luís Borga dá autógrafos a dezenas de adeptos da sua música e maneira de ser. Luísa Gomes, de Santarém, é uma das que pede autógrafo e leva um CD de recordação. “Vim com a minha mãe porque gostamos muito do padre Borga, de como canta e é, e nunca o tínhamos visto ao vivo”, justifica. E adianta que só não leva mais CD devido à contenção. O marido preferiu ficar pelo futebol.
Concerto do padre Borga em Santarém com meia casa

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