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Perspicaz Manuel Serra d’Aire

Apesar da agricultura não ser uma actividade recomendável para quem quer enriquecer depressa e sem se esforçar muito, não posso deixar de lavrar o meu protesto pela forma ignóbil como a Câmara de Tomar está a desvirtuar o exercício do poder local democrático. Ao que li na última edição de O MIRANTE, o município decidiu eliminar uma das várias rotundas da cidade. Esta é uma facada mortal nos valores perfilhados pelas nossas autarquias desde que a União Europeia lhes deu dinheiro à tripa-forra para gastar no que chamam de requalificação urbana. Eliminar uma rotunda é um pecado mortal autárquico que devia ser penalizado pelo povo com uma abstenção maciça nas próximas eleições e um veto à iniciativa Feijão com Todos.Esta medida, se assim se pode chamar a tamanho dislate, pode trazer consequências trágicas para o nosso espaço público tal como o conhecemos actualmente. Os maus exemplos tendem a ser copiados e temo que, de repente, tipo gripe das aves ou praga de gafanhotos, venha aí uma peste que dizime grande parte das nossas garbosas rotundas. Espero bem que o executivo de Corvelo de Sousa emende a mão, porque uma cidade sem rotundas é como uma mulher sem curvas (esta foi para justificar a foto). Deixem-se pois de mariquices…Já a minha avó dizia que vinha aí o fim do mundo, mas eu nunca pensei que fosse tão depressa. Os cavaleiros do apocalipse pelos vistos transferiram-se para Tomar e são agora 7, o número dos autarcas do executivo que permitiram este autêntico holocausto urbanístico. Volta António Paiva que estás perdoado. E depressa, antes que seja tarde. Nem que seja preciso fazer um almoço de desagravo para combater o almoço de agravo que um ressabiado munícipe te dedicou. Volta porque eles vão chamar um figo à famosa rotunda cibernética que construíste com tanto desvelo e debaixo de tanta incompreensão. Pelo sim pelo não vou acender uma velinha à Nossa Senhora.Nabão abaixo, sigo o rumo de Santa Iria e paro em Santarém para responder ao teu último e-mail, onde dissertavas sobre a oferta de árvores ao município local pela concelhia do PS liderada por José Miguel Noras. Há que incentivar estes gestos diplomáticos e ecologicamente correctos, sobretudo quando denotam coerência de posições por parte dos políticos. Porque se Noras é vereador socialista em Lamego mas vota muitas vezes com a maioria PSD/CDS, porque razão não pode também dar uma ajudinha aos “laranjinhas” de Santarém, onde reside?Claro que pode parecer esquisito que um homem que é vereador socialista em Lamego sem ter a confiança política do PS local possa ao mesmo tempo ser o líder da concelhia socialista em Santarém. E não me admirava que, no meio de tanta confusão, um dia destes apanhasse Miguel Noras a gritar pelo PS em Lamego e a apoiar Moita Flores em Santarém. Porque a esses enganos todos estamos sujeitos. Sobretudo quando vestimos muitas peles. Lembras-te do major Valentim Loureiro a gritar por Guterres? Ou do Jaime Gama a elogiar o Alberto João? Saudações esquizofrénicas do Serafim das Neves

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