“Andar de cadeira de rodas em Vila Franca de Xira”
O cidadão estaciona o carro impunemente no centro da cidade. Um olhar de soslaio para o polícia da esquina. Ninguém repara. Duas rodas no passeio. Duas rodas no alcatrão.Segue-se uma ida rápida ao café. O passeio ocupado pelas cadeiras da esplanada. Uns quantos pilaretes a embelezar a selva cinzenta, candeeiros e sinalização quanto baste.O cidadão segue o seu caminho impunemente pelo centro da cidade.Ninguém pensa naqueles que precisam da largura de uma cadeira de rodas ou de um carrinho de bebé para andar na rua. E depois é preciso uma rampa que permita o acesso ao betume. Para mudar de rua. Arriscando ao lado dos carros.Curioso é que todos os obstáculos se eliminam a propósito da festa brava. Em Vila Franca de Xira. E em todas as cidades que acenam a bandeira porque são taurinas. Conseguem-se impossíveis. A qualquer preço. As ruas empedradas transformadas em arenas. Sem pilaretes ou barreiras. A cidade é do animal.A vontade é o princípio de todas as coisas. Isabel Estugarda
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