O presidente da Câmara Municipal de Santarém confessou que está a viver um problema existencial não sabendo ainda se vai recandidatar-se às próximas eleições autárquicas, que devem realizar-se em Outubro de 2009. Francisco Moita Flores garante que o primeiro factor a favor da sua recandidatura é o facto de gostar dos escalabitanos e saber que eles gostam de si. A confissão foi feita durante a nona sessão do ciclo de formação e informação autárquica que a comissão distrital do PSD de Santarém tem vindo a realizar por todo o Ribatejo e que decorreu a 27 de Março na Casa do Brasil, em Santarém. O autarca aproveitou para explicar à meia centena de dirigentes e pessoas afectas ao PSD que compunham o auditório que o segredo de gerir uma autarquia tão complexa, com inúmeros problemas, é ter muita paciência, teimosia e determinação.Moita Flores conta que quando chegou à câmara não fazia ideia de qual o valor da dívida da autarquia. “Antes de tomarmos posse tentávamos adivinhar o valor. Uns diziam oito milhões, outros diziam nove milhões de contos. O antigo presidente José Miguel Noras disse-me durante um jantar em que quis falar comigo para me aconselhar que a dívida era de 12 milhões. A verdade é que o município devia 16 milhões. Só com muita paciência e imaginação podíamos fazer o milagre de transformar pouco dinheiro em muito dinheiro”, explica.O presidente da Câmara de Santarém confessa já não ter paciência para aturar algumas coisas daqueles a quem chamou de “velhos do PS”. “São velhos de cabeça, não de idade. Percebi que aquela gente está toda a chorar para dentro, todos armados em grandes eruditos a fazer história quando estão apenas a chorar lembranças. Não percebem que a vida mudou”, afirma.Francisco Moita Flores explica que reconverteram o dinheiro destinado pelo executivo anterior ao programa Polis para fazerem pequenos milagres no concelho. “O director do Polis esteve em Santarém e ficou agradavelmente surpreendido com o nosso trabalho. Disse que nunca viu um Polis tão bem aplicado como o que está a ser feito em Santarém”, referiu. O autarca mostrou-se orgulhoso por o município que lidera ser hoje uma referência uma vez que é a autarquia do país mais célere em licenciamentos de obras particulares. Moita Flores assegura que não podia ter feito mais pelo concelho. Tem consciência que erraram em algumas coisas uma vez que, segundo disse, ninguém é perfeito. “Dentro de um ano vamos viver numa das cidades mais bonitas e rejuvenescidas de Portugal”, concluiu.