Vinte minutos depois da hora prevista ouvem-se os primeiros acordes. Os ritmos brasileiros do grupo de baile “Jeito Maroto” que animam a segunda noite das festas em honra de Nossa Senhora da Assunção, em Vialonga, Vila Franca de Xira, convidam a um passo de dança. Apesar da rua da igreja onde está instalado um dos dois palcos da festa estar apinhada de gente, o recinto de dança continua vazio. Sente-se a vergonha de dar o primeiro passo.Contagiadas pela ritmo latino duas senhoras de meia-idade avançam para o meio da pista. Rodopiam com alegria. Atrás delas mais três pares de dançarinos. Dez minutos depois a pista está cheia. Dançam ao som da música que aquece o ambiente. Junto ao palco uma jovem tenta convencer o companheiro a acompanhá-la. Uma grávida desliza na pista de dança com o marido. Quem a vê dançar não diz que está quase no final da gestação tal é a energia. Um jovem mais atrevido desliza a mão pela cintura da dançarina que se apressa a tirar de lá a mão.Muitos jovens preferem dançar ao som de música popular em vez de ir para as discotecas. Ângelo Broa, 26 anos, é um deles. Está no meio da pista a dançar com a esposa. De vez em quando troca de par com o amigo. Conhecem-se desde crianças e aproveitam as festas para se divertir em grupo. Desde que veio morar para Alverca há cerca de quatro anos que não perde os bailes das pequenas localidades. “São mais sossegados do que os bailes em Lisboa. As pessoas convivem mais e não existem tanta confusão”, explica.Sónia Marques deslocou-se até Vialonga com a família e os amigos para se divertir e comemorar o dia do seu 26º aniversário. Ao contrário da maioria dos jovens da sua idade que preferem celebrar o seu aniversário em discotecas Sónia prefere estas festas. E explica porquê. “Não gosto de discotecas por causa do barulho ensurdecedor e aqui estamos à vontade. A música é boa e estamos ao ar livre. Posso trazer o meu filho e andamos mais descontraídos”, refere.Agosto é o mês preferido das festas populares em praticamente todas as localidades portuguesas. De Norte a Sul do país organizam-se espectáculos de variedades onde os bailes de verão são obrigatórios. As férias e o calor que se faz sentir nesta altura do ano leva as pessoas à rua para conviverem com os amigos e divertirem-se até mais tarde. E quem pensa que são apenas os mais velhos que se divertem nos bailaricos de verão, engana-se. Quem também não perde uma oportunidade para ouvir e dançar ao som de música popular portuguesa e brasileira é Fátima Santos. Desde que veio morar para Vialonga com o marido que não perde as festas em honra de Nossa Senhora da Assunção. O gosto pela dança vem desde os tempos de criança em que também ia às festas da sua terra. “Estas festas fazem-me lembrar as festas da minha terra. Prefiro as festas populares porque tem menos fumo, menos confusão e menos álcool. Nas discotecas torna-se impossível conversar devido ao barulho e aqui não”, afirma.Além de jovens e menos jovens O MIRANTE encontrou pessoas de várias nacionalidades. Vialonga tornou-se uma localidade onde vivem cidadãos oriundas de vários continentes como América do Sul, África ou Europa de Leste. Convivem todos saudavelmente e procuram todos a mesma coisa: divertimento.Ver Vídeo: http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=23740&Action=noticia