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O rapaz que gosta de andar com a câmara às costas

O rapaz que gosta de andar com a câmara às costas

Emanuel Silva Caetano, o ‘cineasta’ da Castanheira do Ribatejo

Ele e a sua equipa ganharam este ano vários prémios com uma curta-metragem. Muitas das imagens que vemos a passar no noticiário da TVI, são dele. Nascido e criado na Castanheira Ribatejo, Emanuel da Silva Caetano é a nova cara por detrás das câmaras nacionais.

Quem é o Emanuel?É o meu pseudónimo! (risos). É que sempre me chamaram “Brown”. E se me perguntar quem é o Brown, também é difícil responder! O meu auto-retrato, que tive de fazer para a faculdade chamava-se: “ o que é o Brown?” e o final era inconclusivo. É muito difícil definirmo-nos a nós próprios. Somos uma construção permanente. Mas se tiver mesmo de sintetizar, respondo que o Brown é um rapaz que gosta muito de andar com a câmara às costas. Quando era pequeno sonhava que um dia iria estar atrás das câmaras?Acho que quando era pequeno queria ser jogador de futebol, como a maioria dos miúdos. Depois, houve uma fase em que quis ser cartoonista. Ai, comecei a contar histórias e a escrever muito. Comecei também a interessar-me por publicidades e foi aí que me interessei por cinema. Pensava: “fazer publicidades de uma hora e meia, deve ser bestial”. Daí a entrar na Universidade para cursar cinema foi um saltinho.E hoje é repórter de imagem na TVI.Eu sou repórter de imagem para ganhar dinheiro e para praticar o meu cérebro no que diz respeito à realização. Todos os dias deparo-me com situações que são histórias fortes e verdadeiras. Não há melhores argumentos que estes. E eu em dez minutos tenho que realizá-los. Portanto se eu continuar a ser repórter de imagem nos próximos dez anos e se eu continuar a gostar de cinema provavelmente vou conseguir ter uma boa elasticidade para conseguir transformar as histórias que eu escrevo em imagens.O que é que mais gostou de gravar?O José Saramago, no teatro-cinema São Jorge, quando foi assistir ao primeiro visionamento do filme, Blindeness, produzido por Fernando Meirelles e inspirado no seu livro “Ensaio sobre a cegueira”. Como foi participar na equipa que fez a curta-metragem “Compramos e Vendemos sentimentos” e que foi laureada?Mais do que contente senti-me nostálgico. E explico porquê: ao fazer este filme houve uma verdadeira troca de sentimentos, trabalhámos todos muito para que isto fosse possível. Sinto nostalgia ao falar deste projecto e é por isso que me é difícil responder a esta pergunta.Qual é a grande diferença entre gravar e filmar ou fazer televisão e fazer cinema?Pela minha experiência gravar tem sido a vida real, filmar é ficção e aquilo que se passa no imaginário da minha cabeça. Mas ambas as coisas são suportadas por uma carga emocional muito forte.Qual foi o episódio mais hilariante?Foi quando boa parte da massa associativa do Benfica estava a correr atrás do Luís Filipe Vieira para lhe dar uma grande tareia. Eu corria com eles para poder gravar, mas levei tareia também! Ou melhor, a câmara levou tareia por mim. Ela protegeu-me.Há coisas interessantes para se gravar nas férias?Esta altura é muito parada. É o que chamamos a “silly season” (estação das parvoíces). São os fogos, a praia (ou porque faz calor ou porque chove), os jogadores de futebol que vêm e que não vêm, os jogadores que chegam ao aeroporto. O caso do sequestro no Banco Espírito Santo foi uma excepção. E neste momento, é a guerra da Geórgia que faz avançar as notícias. Gostava de um dia trabalhar à frente da câmara?Acho que não. Embora reconheça que tenho algum jeito (risos). Nos tempos de faculdade, fiz algumas peças, mas tudo muito amador. (risos)É fácil chegar-se a repórter de imagem?Não, nos dias que correm, não é nada fácil chegar-se até aqui. O nosso país está a viver uma fase muito complicada. De repente lembrámo-nos todos de tirar cursos superiores. Está a sair muita gente das faculdades, mas o mercado não aumenta, não consegue absorver tudo. E isto não é exclusivo da minha área. Em todo o caso, o importante é não desistir. Precisamos acreditar em nós, lutar por aquilo que queremos e fazer as coisas com a convicção de que vamos conseguir realizá-las.Há repórteres de imagem mulheres?Há muito poucas. Por exemplo na TVI temos uma, a Paula Fernandes, que é uma excelente repórter de imagem. Mas não tenho dúvidas nenhumas que deveriam ser muito mais. Parece-me muito mais equilibrado se houver mais mulheres a gravar e filmar. Haverá muito mais sensibilidade e isso só pode ser positivo.Ver Vídeo: http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=23812&Action=noticia
O rapaz que gosta de andar com a câmara às costas

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