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Um escalabitano de gema que queria ser toureiro

Pedro Afonso, 40 anos, nasceu em Santarém, onde vivem os pais e a irmã, e sempre que pode regressa às raízes para passar fins-de-semana em família na casa de Vale de Figueira. Por detrás do ar jovial e da figura simpática encontra-se um estudioso dos labirintos da mente humana que já leva vários livros publicados, entre técnicos e de ficção, ligados à área. “Escalabitano de gema”, estudou na cidade natal até ingressar na universidade em Coimbra, onde para além da aplicação nos estudos se destacou também como elemento do Orfeão Académico, de que foi presidente.Já formado, fez internato durante um ano no Hospital de Santarém e teve consultório na mesma cidade. Entretanto optou por exercer exclusivamente em Lisboa, onde para além de trabalhar no Hospital Júlio de Matos tem consultório privado. Gosta de ler e escrever e é consumidor compulsivo de cinema. “Voando Sobre um Ninho de Cucos” foi um filme marcante, pela temática relacionada com a sua actividade. “Foi importante porque denunciou a forma inumana como eram tratados os doentes mentais”.Em criança queria ser bombeiro ou toureiro. Escolheu o caminho a seguir quando optou pela área de saúde na Secundária Sá da Bandeira. A especialidade de psiquiatria foi eleita em pleno curso de medicina, “pela relação médico-doente com mais subjectividade”. O seu mais recente livro, “O Inimputável”, “é um protesto contra a tortura e o controlo da mente humana” em nome de desígnios como o combate ao terrorismo. Atento ao mundo, tem dificuldade em situar-se politicamente. “Por ser contra o aborto posso ser conotado com a direita. Pela consciência social, posso ser relacionado com a esquerda”. Acima de tudo é um homem de pensamento livre. Gosta de ver bons jogos de futebol mas não sofre de clubite, apesar de ter um fraquinho pelo Sporting. “O futebol é importante para descarregar frustrações e quem paga geralmente é o árbitro”, nota com humor este católico praticante e habitual colaborador de várias instituições ligadas à Igreja, onde pratica voluntariado. “As pessoas dão pouco de si aos outros”, conclui.

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