Edição de 2008.08.21 1ª página Especial Pão, Vinho e Companhia Zé Perdigão e uma forma de derrubar ...
Zé Perdigão e uma forma de derrubar fronteiras entre géneros musicais
Canções Pop e Rock cantadas como fados num projecto produzido por José Cid
Usa o nome artístico de Zé Perdigão e tem trabalhado musicalmente com José Cid. Começou no rock e na música étnica mas agora está numa onda de fado com sabor a rock. Canções do universo Pop e Rock Português cantadas como se tratassem de fados. O disco chama-se “Fados do Rock” e vai servir de base ao espectáculo a apresentar em Almeirim. O Bairro do Amor de Jorge Palma, Fácil de Entender dos The Gift, O Homem do Leme dos Xutos & Pontapés, são algumas das canções para ouvir no dia 29 de Agosto, sexta-feira.
O que conhece de Almeirim?Conheço a sopa da pedra. E gosto muito, é óptima.Tem amigos nesta região?Tenho bastantes. Esta proximidade ao fado trouxe-me a proximidade a grandes amigos do Ribatejo.Concorda que existe mesmo um fado Ribatejano?Existe, sim. A saudosa Hermínia Silva é um dos expoentes desse fado. Actualmente, temos o Manuel João Ferreira, o Ferreira Rosas e o Francisco Sobral.Acha que o Ribatejo é mais fado ou mais rock?Tem fado e tem rock. Tem sobretudo gente muito criativa e interessante. Para o fado, já disse os nomes acima, para o rock tem por exemplo os AlémMar.Vai dedicar um fado especial ao Ribatejo na sua actuação em Almeirim?Sim, gostava de dedicar o fado “Na ribeira deste rio”. Este é um fado musicado por Mário Pacheco e com letra de Fernando Pessoa, cujos120 anos do nascimento se comemoram este ano. Gostava de dedicar esta música ao Ribatejo, principalmente porque esta é uma zona banhada pelo rio e o rio é a vida do Ribatejo.Gosta de actuar em festas populares?Não só, mas também. Pela proximidade que tenho do povo. E é entre eles que existe a verdade da existência.Gostava de viver no Ribatejo?Às vezes vivo. Entre a Golegã e a Chamusca. Entre a Semana da Ascenção e a Feira do Cavalo. O S. Martinho na Golegã é algo que aprecio imenso.O que tem a dizer da cultura ribatejana?Gosto muito dos cavalos e dos touros e da gente que mostra a sua valentia ao lidar com estes animais.Tenciona escrever um fado inspirado nesta região? O que serviria de mote para a letra?Certamente! Há várias inspirações no Ribatejo: os campinos, o rio Tejo, a cultura e as mulheres, que são singelas, morenas e muito bonitas.O seu disco adapta o rock ao fado. Mas é de uma geração mais influenciada pelo rock. Como é que chegou ao fado?Passo por todas as vertentes da música. Desde o canto lírico ao rock, mas é no fado que me encontro. O fado é alma e texto.Foi um encontro tardio? Quando é que descobriu o fado?Foi um encontro na hora certa. Há sensivelmente dois anos.Para si, quais são os principais nomes do fado?Desde o Alfredo Marceneiro à Amália, passando pelo Farinha, Carlos do Carmo, Hermínia Silva, João Braga… Mas também adoro a nova geração: Ana Moura, Kátia Guerreiro, Camané, Mariza…Nasceu em Guimarães. Acha que esta cidade e o Ribatejo comungam de algumas semelhanças?Nós temos uma parecença curiosa: em Guimarães há uma manifestação estudantil, das mais antigas da Europa, as Nicolinas, em honra a S. Nicolau, o padroeiro dos estudantes. Realiza-se de 29 de Novembro a 8 de Dezembro. E toda a gente usa o barrete do campino. Não sei porquê ao certo, mas usa-se.
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