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Nutricionista Manuel Serra d’Aire

Nutricionista Manuel Serra d’Aire

É exemplar a tua preocupação com os obesos, diabéticos, cardíacos, hipertensos e outros exemplares humanos nesta época de Natal em que os excessos alimentares são comuns. Ou pelo menos eram, antes desta malfadada crise que vai tornar os pares de peúgas nos presentes mais corriqueiros desta quadra. Com o pessoal sem cheta para mandar cantar um invisual, duvido muito que se justifiquem preocupações com o excesso de óleo das rabanadas no organismo. Este ano, o óleo vai todo para o depósito do automóvel, que o dinheiro já não chega para o gasóleo. O cabrito vai ser substituído por coelho. Ou mesmo por gato, caso ainda os haja pela rua ao Deus dará, porque já começam a ser raros. E os cisnes e patos dos parques públicos vão dar belos perus acompanhados com batatinha assada dada pela vizinha do lado que tem uma horta lá na terra que fica atrás do sol-posto. Estamos em crise meu caro, é por isso que algumas câmaras nem sequer colocam iluminações de Natal e outras não dão festas de passagem de ano. Valem as acções de solidariedade, que nesta época são mais que muitas. Toda a gente pede. Toda a gente dá. E todos ficamos com a consciência aliviada antes de cometermos a próxima sacanagem ao vizinho lampião, ao chefe sacrista, à sogra marreta. Não há nada como dormir descansado por poucos euros. Sai bem mais barato que comprar comprimidos ou ir ao psicanalista.Quem também não escapou ao espírito de Natal foi a Federação Distrital do Partido Socialista de Santarém, que andou por aí a espalhar cartazes gigantes com mensagens que parecem retiradas de um conto do Charles Dickens. Já não há socialistas como antigamente, dos republicanos e laicos com pelo na venta. De mangas arregaçadas e punho erguido, que não eram modelos de elegância nem tinham pinta de agentes de imobiliárias (sem ofensa para estes). Porra! Se querem fazer campanha eleitoral dissimulada arranjem mensagens menos lamechas. A não ser que andem a tentar aliciar as beatas e os betinhos do CDS. Uma última palavra para a multa que querem aplicar a um professor de música de Santarém que terá chamado preto a um aluno, apesar do docente o negar. A questão aqui é clara (sem ironia): se o aluno for branco, amarelo ou pele vermelha é óbvio que pode ter havido aqui um acto de difamação grave que merece punição severa tipo alcatrão e penas. A não ser que o professor seja daltónico. E aí devem entrar as atenuantes. Mas se efectivamente o aluno for de pele escura, não estou a ver onde está a ofensa. Um preto é um preto, um branco é um branco, um tinto é um tinto. E ninguém deve ter vergonha da sua cor de pele. Aliás, se há quem a pareça ter são os brancos que se pelam por um bom bronze e passam horas a torrar ao sol. O Eusébio não foi durante anos conhecido como o pantera negra? E aqui, na minha opinião, o caso era bem mais grave, pois além da cor ainda associavam o popular futebolista a um felino quadrúpede. E a verdade é que ninguém foi multado por isso.Uma fatia de bolo-rei do Serafim das Neves
Nutricionista Manuel Serra d’Aire

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