Uma engenheira agrícola no meio de plantas, arbustos e árvores
Patrícia Alho é responsável técnica dos Viveiros Melves, em S. Vicente do Paúl
Há cerca de ano e meio que Patrícia Alho trabalha nos Viveiros Melves, em São Vicente do Paúl, concelho de Santarém. É responsável técnica pelos viveiros depois de se ter formado como engenheira agrícola em Évora. Sempre gostou de plantas, de viver perto do campo e de ter a sensação de acompanhar o seu crescimento. Tem agora oportunidade de o fazer num espaço com cerca de dez hectares onde há dezenas de espécies ornamentais para exteriores. O seu trabalho consiste em acompanhar tecnicamente o crescimento de herbáceas, arbustos e árvores desde a sua multiplicação até serem adquiridas pelos clientes. É feita produção intensiva e multiplicação de espécies ao ar livre e em estufa. “O essencial é a observação. Somos como os médicos das plantas, temos de acompanhar o seu crescimento para garantir que estão de boa saúde. Porque tudo tem de chegar em boas condições aos clientes”, refere Patrícia Alho.Os pedidos tanto podem ser mais extravagantes, como o de magnólias com cinco a seis metros de altura, como mais comuns que encomendam plantas, árvores e arbustos para espaços verdes de urbanizações, espaços públicos municipais, empresas de jardinagem. Ou os que simplesmente querem alindar o jardim lá de casa com uma planta ou árvore.Desde Pia do Urso, no concelho da Batalha, Patrícia Alho faz diariamente 90 quilómetros de ida e volta. Entra às oito da manhã e sai por norma cerca da 17 horas. Tanto trabalha no escritório como no terreno. O planeamento do trabalho é fixado semanalmente para que cada funcionário saiba o seu papel. “Começo por dar uma volta pelo terreno para saber se algum funcionário precisa de apoio, tanto ao ar livre como nas estufas. Também dou apoio no trabalho administrativo e comercial, de contactos com os clientes, preparação das encomendas, etc… Aprende-se todos os dias”, conta.Há carvalhos, azinheiras, pinheiros mansos, plátanos, alecrim, alfazema, tomilho das azeitonas, limoeiros, laranjeiras e oliveiras entre mais de 50 espécies de plantas e árvores. Patrícia ajuda a envasar, a arrancar pela raíz as árvores que se encontram no sol ou até a pegar no tractor. Como teve de fazer uma primeira vez para ir “socorrer” uma funcionária que ficou atascada com um carro.O curso não encaminhou Patrícia para uma especialidade mas habilitou-a numa série de conhecimentos relacionados com o mundo agrícola e com as plantas. Por isso, o trabalho diário é facilitado pelo saber em cultura arvense, floricultura e horticultura, passando pelo funcionamento de sistemas de rega, tratamentos fitossanitários, entre outros.Foi no final do curso, em 2006, que enviou currículos para várias empresas. Deslocou-se também à Expojardim, na Batalha, para recolher contactos. Dois meses depois chegou a resposta dos Viveiros Melves. Efectuou estágio profissional e está actualmente como responsável técnica dos viveiros. Diz que aprendeu a gostar do que faz, num grupo de trabalho que envolve 16 pessoas. Patrícia Alho mostra-se satisfeita profissionalmente mas considera que há que continuar a progredir e a actualizar conhecimentos. Por isso diz sentir necessidade de fazer mais formação na área. Porque os clientes são cada vez mais internacionais. Espanhóis, belgas e italianos, principalmente fornecedores de plantas e árvores.
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