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“Deus nos livre do PSD”

Caro JAE, permita-me a liberdade de lhe manifestar a minha sincera desolação pelo que li na secção Última Página da Edição de 11 de Dezembro. Não tanto pelo conteúdo do artigo mas muito pelo título do mesmo: “Deus nos livre do PSD”... Em primeiro lugar porque é minha convicção que o grande arquitecto não se mete na política. Em segundo lugar porque enferma de erro grave, em matéria de julgamento humano: a de rejeitar o todo pela parte, a de generalizar precipitadamente. Compreende-se a que parte se refere e de onde surge o título, apenas, e friso este aspecto, na última frase do artigo.Tinha o caro JAE tomado o cuidado de não confundir a instituição (MP) com o mau trabalho de uma sua funcionária. Considerou até que tal seria uma injustiça. Pois o que fez foi precisamente isso ao pedir “livrem-nos do PSD!”, quando afinal se queixa (com ou sem razão, nem pretendo enveredar por tal discussão) de um militante desse partido. Dizem os manuais que “a amostra é demasiado limitada”. Ainda assim, foi usada para “apoiar uma conclusão tendenciosa”...Como militante do PSD, autarca eleito por esse Partido, não sou certamente “ministeriável”, “secretariável” ou “deputável”; Não procuro protaganismo e dedico-me à causa pública porque quero o melhor para a minha terra... sigo a bandeira de um partido político que outros Homens, como Francisco Sá Carneiro e como as centenas de autarcas e militantes, homens e mulheres, por todo o País seguiram e seguem, com um único objectivo em mente: o melhor para o seu País, para o seu Concelho, para a sua Freguesia.E por isso me sinto desolado, eu e muitos outros sociais-democratas, que todos os dias trabalhamos em prol dos nossos concidadãos, das nossas crianças, dos nossos idosos, ao abrirmos hoje “O Mirante”. “Esta gente da política não presta”, como diz o JAE, é redutor e ofensivo, para quem, como eu, acaba por deixar a família para trás, na ocupação do seu tempo, por termos assumido um compromisso a tempo inteiro com quem nos elegeu, continuando a trabalhar, também a tempo inteiro, passe o paradoxo, na nossas actividades profissionais... Sinto a afirmação como profundamente insultuosa, caro JAE, e apreciaria saber se essa é a sua opinião definitiva ou apenas um desabafo. Não há vozes demais na Democracia. Por essa razão, agradeço eu, “a Deus e aos santinhos”, pela existência do PSD. Porque permite a muitos homens e mulheres de valor abraçarem projectos e perseguirem objectivos comuns no seio das suas comunidades. O unanimismo e a complacência têm como única consequência confinar-nos a uma apagada e vil tristeza. Por isso, e por muito mais, repito: ainda bem que existe o PSD.Do, na minha opinião, infeliz título, saberá que muita gente julga o livro pela capa. Pergunto-me, e perdoar-me-à a dúvida, se não terá sido essa precisamente a intenção. Se não era, saberá também o caro JAE o que o povo diz das “intenções”.Carlos Paula Simões

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