Stand de automóveis na Azambuja usa passeio como expositor
Proprietário diz-se “receptivo a cumprir as leis” e pede “compreensão”
Os automóveis de um stand na Azambuja, na zona do Valverde, frente à Praça de Toiros, estão estacionados em cima do passeio de uma rua requalificada ao abrigo do programa Polis, comparticipado por fundos comunitários. A situação está a gerar incómodo aos moradores da rua do Valverde, que não gostam de ver os carros do stand em exposição no cimo do passeio.O local foi equipado com pilaretes para impedir o estacionamento de automóveis em cima do passeio, mas o empresário usa o acesso à porta do stand para manobrar os veículos e parqueá-los horizontalmente defronte da porta do edifício, ocupando a via pública sem que tenha sido emitida uma licença pela câmara, conforme O MIRANTE confirmou com o presidente da câmara, Joaquim Ramos. “A câmara não emitiu qualquer licença para o empresário ocupar o espaço, está numa situação ilegal e compete às forças policiais realizar a fiscalização”, esclareceu o autarca. Os moradores ouvidos pelo nosso jornal, que são forçados a estacionar o carro nos ramais horizontais para tal efeito, não gostam do que vêem. “É um abuso o que estão ali a fazer porque pela mesma lógica todos nós podíamos estacionar os carros daquela maneira em frente às nossas portas”, refere a moradora de um prédio. “Mostra alguma falta de respeito por quem tem de estacionar aqui o carro todos os dias”, refere Joaquim Cruz. O empresário visado pelas críticas, Carlos Pita, reconhece que há “leis para cumprir”, mostrando-se “receptivo a cumprir essas leis”. Porém, o dono do stand mostra-se indignado com o que considera ser uma “perseguição”.“Pago as minhas contribuições da Azambuja, tenho tudo em dia e não devo nada a ninguém, só peço que me deixem trabalhar. Se me disserem que isto é fora da lei eu pago o que for preciso para normalizar a situação”, esclarece a O MIRANTE. Carlos Pita justifica ainda que a situação está a acontecer porque não foi tido em conta, aquando da discussão das obras para o Polis, uma série de pedidos efectuados pelo seu senhorio no sentido de abrir alguns lugares de estacionamento frente à loja. “O meu ramo são os automóveis. Isto é um stand que parece uma residência, se você passar pela estrada e eu não tiver nenhum carro à porta ninguém diz que isto é um stand….”, lamenta. “A situação seria diferente se eu tivesse um parque aqui em frente”. Carlos Pita lamenta ainda que a autarquia tenha deixado uma área aberta para acesso à garagem mas que não tenha rebaixado o passeio. “Tem uma altura terrível, isto dá cabo dos pneus”, afirma.O senhorio do comerciante, Alexandre Almeida, confirma ter efectuado vários pedidos à câmara, “assinados por todos os condóminos” no sentido de abrir parques para estacionamento frente ao stand, à semelhança do que acontecera com o resto da rua, mas queixa-se de nunca ter recebido da câmara da Azambuja uma resposta. O nosso jornal tentou obter mais esclarecimentos sobre este assunto junto da autarquia mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição.“Eu não quero entrar em guerra com ninguém. Só quero que as pessoas compreendam que tenho aqui a minha vida montada, a minha clientela, tenho tudo em dia, e estou receptivo a fazer o que for necessário para resolver a situação”, conclui o comerciante. Contactada GNR da Azambuja o comandante António Rocha informou que já tivera conhecimento do caso há um ano atrás e que está atento ao evoluir da situação.
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